Por Francisco Nota Moisés
Moçambique: Governo garante "total empenho" contra ataques armados (2)
"Transmitimos à Total o nosso total empenho na restauração de condições de segurança favoráveis ao reatamento de todos os empreendimentos suspensos devido à ação dos terroristas em Cabo Delgado", avançou uma fonte do Governo de Moçambique. Durante reuniões em Maputo esta sexta-feira (30.04), o Executivo moçambicano garantiu aplicar "total empenho" para restabelecer segurança em Cabo Delgado, norte do país, visando a retoma do projeto de gás da petrolífera. No encontro, estiveram presentes os ministros dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela, e da Defesa, Jaime Neto, e o presidente para Pesquisa e Produção da Total, Arnaud Breuillac."
No espaço de comentaristas da STV do dia 30.04.2021, em resposta a pergunta de Boaventura Mocipo sobre o que precipitava a fuga dos residentes depois da alegada recuperação de Palma pelas forças do regime da Frelimo, (Gafar Manana), agente da organização de ajuda aos fugitivos chamada Kuendelea (swahili para dizer progredir) disse a partir de Pemba que os combates continuam em Palma com grande intensidade.
(Gafur Manana): "O que leva estas pessoas a deixar Palma é o terrorismo que neste tempo está a prevalecer até no dia de hoje que estamos a falar, segundo alguns deslocados. Falei com um senhor chamado Saíde, uma senhora chamada Mariana e outros -- estão a dizer que hoje a cidade de Palma está a um confronto com trocas de tiros entre os terroristas e militares. Por parte do nosso governo moçambicano, está a fazer com o pouco de recursos que lá estão, mas, pronto, está a responder o ataque neste momento. Há troca de tiros durante quatro dias intensos desde o domingo passado até o dia de ontem.
"De ontem para hoje queimaram cerca de 23 casas na cidade de Palma, na zona baixa, até ao bairro mais próximo da cidade de Palma. Algumas casas foram queimadas pelos insurgentes e no momento de troca de tiros.
"Estes saem porque quando houve a volta à normalidade, todas as pessoas voltaram para a vila de Palma. E afinal de contas estavam la infiltrados os terroristas, escondidos em algumas casas. E eles com o medo de dizer que dentro de casas de pessoas ou do fulano existem terroristas, acabaram abandonando aquela região para procurar uma região mais segura. A informação que tivemos com um ativista do movimento Kuendelea, um senhor chamado Ernesto (Quissana) na fronteira de Moçambique e Tanzânia a quem telefonamos varias vezes sucessivas, diz que naquela região do país cerca de 10,000 pessoas estão à procura de documento que lhes da acesso, ou posso dizer Guia de Marcha que lhes dê acesso a circular a partir de Quionga até Mueda e de Mueda procurar se podem chegar ou seguir a Montepuez ou mesmo a cidade de Pemba."
Nota: Gafur Manana disse que a Tanzânia tinha encerrado a fronteira com Moçambique para moçambicanos não irem para Tanzânia e Tanzanianos não irem para Moçambique.