O Presidente moçambicano, sob pressão da liderança do partido no poder, Felimo, está a aceitar gota-a-gota a ajuda militar dos seus parceiros europeus e africanos. A viagem do presidente Filipe Nyusi a Paris nos dias 17 e 18 de maio permitiu-lhe esclarecer as modalidades de apoio da Europa ao exército moçambicano, que se esforça por manter os insurgentes islâmicos afastados das infraestruturas da Total, na província de Cabo Delgado. Após o seu regresso, Nyusi conseguiu, a 22 e 23 de Maio, tranquilizar o Comité Central do partido Frelimo, no poder, que pressiona o chefe de Estado a fazer progressos nesta questão prioritária que ditará se as vastas operações de gás do gigante francês serão retomadas.
União Europeia
Nyusi teve um longo encontro com o seu homólogo francês Emmanuel Macron e com o primeiro-ministro António Costa, de Portugal. Lisboa gere o processo de Cabo Delgado em nome da União Europeia (UE) e Portugal será o principal contribuinte para a futura Missão de Formação da União Europeia (EUTM) em Moçambique. A missão deverá ser composta por cerca de 60 militares, que irão treinar o exército moçambicano. Paris inicialmente recusou o pedido de Lisboa por uma dúzia de soldados franceses, mas agora parece mais aberto à ideia depois que Portugal ofereceu-se para contribuir para a Força-Tarefa Takuba, que a França gere, no Mali.
Leia aqui Quem são os principais actores da futura intervenção militar em Cabo Delegado? (cartamz.com)