Neste artigo procuro analisar os pressupostos e a importância de algumas das teses e técnicas que estiveram na origem das políticas coloniais de terras portuguesas em África, entre meados da década de 1920 e da década de 1940, e discutir qual o seu papel no projeto colonial português. Acompanho em especial o modo como, quer em fóruns nacionais e internacionais de discussão sobre temáticas coloniais, quer no discurso oficial, pela voz de políticos na metrópole e de administradores e técnicos coloniais, foram ganhando peso teses que previam o acesso das populações africanas à propriedade individual para diversos fins. Estas iam contra a perspetiva dominante no pensamento colonial português até ao início do século xx, que ditava o acesso limitado dos africanos à terra, em nome, por exemplo, da valorização económica dos territórios coloniais, do combate à especulação imobiliária e da salvaguarda da soberania portuguesa em África.
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NOTA: Conheci um Muani, natural da Ilha de Moçambique, que, ainda em 1974, tinha um palmar de cerca de 400 hectares na zona de Palma e que o perdeu com as nacionalizações de Samora. Não sei se ainda sobrevivo. Aliás, o pai de Samora Machel era um agricultor abastado no então Guijá, possuindo trator e alfaias agricolas. Recorde aqui https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/04/pai-de-samora-mois%C3%A9s-machel-vive-no-colonato-do-limpopo1973.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE