Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Pessoas que, por diversos motivos, acabam atingindo uma posição de destaque na história, tendem a escrever livros sobre as suas vidas, tais como diários, manuais e biografias. Mesmo aqueles que não o fazem em vida, sempre há alguém que se disponibiliza para realizar tal tarefa após a sua morte. Essas pessoas procuram explicar nesses livros o porquê de determinados actos, como conseguiram chegar ao poder, as suas perspectivas de futuro, dentre outros assuntos. Geralmente, os líderes políticos são os que mais possuem esses livros.
O alvo desde artigo, talvez você já tenha ouvido falar do livro diário de Mao Tsé-Tung, onde o líder revolucionário comunista traça o futuro da hoje chamada República Popular da China. Mesmo com as intervenções posteriores de Deng Xiaoping, que propiciaram a abertura do país na economia globalizada e desvirtuaram parte das projecções da obra, ela ainda é cultuada e endeusada naquelas terras. Para Mao, o problema é o Capitalismo, a burguesia, o mercado livre e até mesmo a cultura ocidental.
Eu adquiri esse livro foi em 20[05] na Rua, na esquina entre as avenidas Mao Tsé-Tung e Kim II-Sung ali de fronte ao Centro Cultural Americano-Martin Luther King. Porquê tinha que ser ali? Não sei! Na verdade, foram quatro livros: o Vermelho, do Mao, o Verde do Kadhafi e dois do Ernesto Che Guevara, A Guerra de Guerrilhas e Diários de Motocicleta. Na altura li-os muito rapidinho, pois são livros muito curtinhos têm ideias muito interessantes e você pode até encontra-los em pdf.
Hoje vou falar do livro Vermelho do Mao, que pretende ser um manual é composto por [33] Capítulos, que constituem [33] momentos com conteúdos e objectivos diferentes, além disso compreende [427] citações de Mao. Eles são agrupados com algumas séries de temáticas: guerra, política, controle, Partido e como viver.
O livro tem uma biografia no iniciou, as estatais chinesas, pasmem-se imprimiram [6] bilhões de exemplares para consumo interno, nenhum outro livro no mundo todo escrito no século [XX] se aproximou sequer desse números. Foi editado pela primeira vez 19[64] com o título citações do Presidente Mao, no ocidente chamou de vermelho ou pequeno livro vermelho.
O livro vermelho não era apenas um ícone visual, mas também um forte símbolo do poder do Regime chinês. Por isso, eu fiz uma selecção de alguns trechos que eu achei muito interessantes. Contudo, se você quer aprofundar-se mais recomendo vivamente a ler o livro é muito curtinho e não é cansativo encontra-o em pdf.
Capitulo VI: O imperialismo e todos os reaccionários são tigres de papel.
Todos os reacionários são tigres de papel. Na aparência, os reacionários são terríveis, mas na realidade não são assim tão poderosos. Vendo a longo prazo, não são os reaccionários mas sim o povo quem é realmente poderoso. Levantar uma pedra para deixa-la cair depois nos seus próprios pés, é um ditado chinês, que descreve o comportamento de certos tontos.
Os reaccionários de todos os países são tontos desse tipo. No fim das contas as vária perseguições que promovem contra os revolucionários apenas servem para acelerar a revolução popular numa escala ainda bem maior. Na guerra; as batalhas só podem ser travadas uma a uma e as forças inimigas só podem ser destruídas pedaço por pedaço. As fábricas só podem ser construídas uma a uma. O s camponeses só podem lavras a terra parcela por parcela. O mesmo é verdade quando se come. Estrategicamente não temos medo de tomar uma refeição: nós sabemos que podemos come-la por completo. Na prática poerem nós só comemos bocado por bocado. Seria impossível engolir de uma só vez o banquete inteiro. A isso, chama solução uma a uma. Em linguagem militar diz-se esmagar o inimigo unidade por unidade
Capítulo VII: Ousar lutar e ousar vencer
Povos de todo o mundo uni-vos e derrotais os agressores norte americanos e todos os seus lacaios! Que os povos de todo mundo sejam corajosos, ousem travar combate, desafiem as dificuldades e avancem por vagas sucessivas, pois desse modo o mundo inteiro lhes pertencerá. Todos os monstros serão liquidados.
Após uma lúcida apreciação na base da ciência do marxismo-leninismo, da situação internacional e interna, o Partido Comunista da China conclui que todos os ataques lançados pelos reaccionários do interior e do exterior não só deve, mas também podem ser esmagados. Pelo que respeita aos nossos desejos, não estaríamos interessados em lutar anda que fosse por um só dia.
Contudo, se as circunstâncias nos forcam a lutar; poderemos lutar até o fim. Os povos e as nações oprimidas não devem de modo algum depositar as suas esperanças de libertação na sensatez do imperialismo e seus lacaios. Eles só poderão trunfar se reforçar em a sua unidade e perspectivarem na luta.
”Capítulo VIII: A guerra popular
A guerra revolucionária é uma guerra de massas; ela só pode realizar-se mobilizando-se as massas e apoiando-se nelas. Os imperialistas violentam-nos de uma tal maneira que temos que tomar medidas seria para enfrenta-los.
E não é que apenas precisemos dispor de um poderoso exército regular; nós necessitamos também de organizar também em grande escala contingentes de milícias populares. Desse modo, se o imperialismo nos agredir, encontrará dificuldade em dar um passo no interior do nosso país.”“ Todos os princípios de ação militar derivam de um só princípio fundamental: fazer os maiores esforços para conservar as próprias forças e destruir o inimigo. Como pois se justifica o encorajamento ao sacrifício heróico na guerra?
Cada guerra tem um preço, que por vezes, é extremamente elevado. Acaso estará isso em contradição com o princípio da conservação de si próprio? O sacrifício é essencial não apenas para a destruição do inimigo mas também para a conservação de si próprio.
Capítulo IX: O Exército popular
O Exército Vermelho chinês é um corpo armado destinado a cumprir as tarefas políticas da revolução. Especialmente no momento actual o Exército não deve de maneira alguma limitar-se apenas a combater; além de combater para destruir o inimigo, ele deve anda assumir tarefas tão importantes como de fazer propaganda no seio do povo, organizar as massas; armar as massas; ajudar as massas a instalar o poder político revolucionário, e inclusive criar organizações do Partido Comunistas.
Capítulo XX: O papel dirigente dos comités do partido
O sistema de comités do Partido é uma importante constituição para assegurar. O sistema de comité do Partido é uma importante e constato para assegurar a direcção colectiva e evitar que um só indivíduo monopolize a condução dos trabalhos.
Pôr os problemas na mesa. Isso é o que devem fazer tanto o chefe de esquadra como os membros do comitê. Não falar pelas costas seja de quem for. Assim que surge um problema, convoquese uma reunião, ponhamse os problemas na mesa para que sejam discutidos, tomemse as decisões e resolvaas. Entre o chefe de esquadra e os membros do comité haverá uma mútua compreensão. Nada é mais importante doquea compreensão, amizade e o respeito.”Nunca devemos fingir conhecer aquilo que não conhecemos, nem ter vergonha de consultar os nossos subordinados, pelo contrário devemos escutar cuidadosamente o baixo escalão.Há de ser aluno antes de se tornar professor; antes de dar ordens, há de aprender com os escalões inferiores. Seria incorreto não escutar os pontos de vista inferiores; contudo esses pontos de vista não devem ser seguidos, mas sim criticados.”Guardarse da arrogância. Isso constitui uma questão de princípio para os dirigentes, mas é também uma importante condição para manter a unidade nem mesmo aqueles que não cometeram erros graves e conseguiram grandes êxitos no trabalho devem ser arrogantes.
Capítulo XI: A linha de massas
As massas são os verdadeiros heróis, enquanto frequentes vezes nós somos de uma ingenuidade ridícula se não compreendermos isso não nos será possível adquiri até os conhecimentos mais elementares. Para ligar-se as massas importa agir de acordo com as necessidades e aspirações das massas. Todo o trabalho feito para as massas deve partir das necessidades dela; e não do desejo desse ou daquele individuo ainda que bem-intencionado. Acontece que frequentes vezes que as massas precisam de certas mudanças mas subjectivamente não estão ainda conscientes dessa necessidade não há desejam nesse caso devemos esperar pacientemente não devemos realizar tal mudanças se não quando em virtude do nosso trabalho a maioria das massas se tenham tornado consciente dessa necessidade e esteja desejosa de realiza-la. Enquanto as massas não estão conscientes e desejosas toda a espécie de trabalho que requer a sua participação resulta em mera formalidade e termina num fracasso. Em qualquer lugar as massas compõem-se geralmente de três categorias de indivíduos: os que são relativamente activos; os intermediarmos e os atrasados.
Assim, os dirigentes devem saber unir a volta da direcção o pequeno número de elementos activos e apoiar-se neles para elevar o nível dos elementos intermediarmos e conquistar os elementos atrasados. Saber converter a política do partido em acção das massas saber conseguir que os quadros dirigentes e também as grandes massas compreendam e dominem cada movimento e cada luta que fazemos isto é arte da direcção marxista-leninista, ela também é a linha divisória que permite determinar se cometemos erros ou não no nosso trabalho.
Capítulo XII: O trabalho Político
Foi na base da guerra e dos princípios da unidade entre o Exército e o povo, de unidade entre os Comandantes e os combatentes e de desintegração das forças inimigas que o Exército realizou um grandioso trabalho político revolucionário, o qual constitui um factor importante na conquista da vitória. As células do Partido são as organizadas na base da companha, essa é uma das razões importantes pelas quais o Exército tem sido capaz de manter-se indestrutível num trabalho tão árduo. O trabalho político do Exército guia-se por três princípios fundamentais:
Primeiro o princípio da unidade entre os Oficiais e os soldados o que significa a liquidação das práticas feudais no Exército. A proibição de bater e insultar, a instauração de uma disciplina consciente e a introdução de um tipo de vida que os Oficiais e soldados compartilhem as alegras e as penas’ em resultado o Exército inteiro ficou unido.
Segundo o princípio da unidade entre o Exército e o povo o que significa a observação de uma disciplina, que não tolera a menor violação dos interesses populares, a realização duma propaganda entre as massas, a organização e o armamento das massas, a diminuição das cargas económicas destas e a repressão dos colaboracionistas e dos traidores da pátria que prejudicam o Exército e o povo.
Terceiro. O princípio da desintegração das tropas inimigas e o tratamento indulgente aos prisioneiros de guerra. A nossa política em relação aos prisioneiros quer provenham das forças japonesas, fantoches ou anticomunistas é polos em liberdade; exceptuando-se os que incorreram no ódio profundo das massas e devem sofrer a pena capital, uma vez que, as respectivas sentenças de morte tenham sido rectificadas pelas instâncias superiores.
Entre os prisioneiros àqueles, que tenham sido obrigados a integra-se nas forcas reaccionárias, mas que inclinam mais ou menos em favor da revolução devem ser postos em massa para o serviço no nosso Exército. Todos os demais prisioneiros devem ser postos em liberdade, e voltando-se ao combater-nos tornam a cair prisioneiros, devemos polos mais e liberdade.
Não devemos insultar, apoderar dos bens materiais ou pessoas, arrancar retractações de nossos prisioneiros, devemos tratá-los com afabilidades, sinceridade e isso sem qualquer excepção. Não possuir um ponto de vista político correcto é como não ter alma. Todos os Departamentos e Organizações devem assumir as suas responsabilidades de trabalho ideológico e político. Isso se aplica tanto ao Partido Comunista como a liga da juventude, aos Departamentos governamentais encarregados desse trabalho e em especial aos Directores e professores dos estabelecimentos de ensino.
Capítulo XIII: Relações entre Oficiais e soldados
Nosso Exército seria o 102 princípios. Primeiro devemos ser implacáveis com nossos inimigos, devemos esmaga-los e segundo devemos ser bons para com o povo; para com os nossos camaradas superiores e subordinadas. Devemos fazer uma distinção entre o inimigo e nós mesmos e não adoptar uma posição de antagonismos o camarada tratando os como se fossem nossos inimigos.
Capítulo XIV: Relações entre o Exército e o povo
O Exército deve fundir-se com o povo de manear que, este veja nele seu próprio Exército. No Exército devemos efectuar um trabalho de educação ideológica entre os Comandantes e combatentes de maneira que, eles compreendam integralmente a importância que há em apoiar o Governo e preocupar-se com o povo desde que, o Exército cumpra bem esse dever; os órgãos de poder e o povo melhorarão necessariamente as suas relações com o Exército.
Texto e arranjos: Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, aos [28] de Junho 20[21]