A intensificação do conflito em Cabo Delgado gerou um desastre humanitário traduzido em centenas de milhares de famílias deslocadas, que procuram, em função das suas condições de deslocação, locais mais seguros de integração. As famílias com maiores recursos económicos e contactos familiares deslocam-se para zonas mais afastadas. As restantes permanecem em zonas mais inseguras, vulneráveis a ataques e a recrutamento. Uma ampla ajuda humanitária foi constituída para assistir estas populações, tendo exercido um efeito paliativo em termos socioeconómicos, mas ainda sem capacidade de promover a reconstituição de actividades económicas geradoras de renda e de auto-suficiência alimentar, permanecendo centenas de milhares de indivíduos dependentes de assistência externa.
Neste Destaque Rural pretende-se descrever os movimentos migratórios no Norte do país e reflectir sobre as dinâmicas geradas sobre a assistência humanitária. Num segundo momento pretende-se descrever as condições de reintegração socioeconómica das populações, em termos de condições de habitação, saúde (incluindo acesso a água, saneamento, apoio médico e alimentar), de educação e de reconstituição de actividades económicas. Num último momento pretende-se reflectir sobre as expectativas das populações em relação ao futuro, apresentando-se um conjunto de recomendações.
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