A chefia da força militar da SADC que vai ajudar Moçambique a combater o terrorismo foi entregue à África do Sul, mas levantam-se dúvidas sobre quem vai comandar o contingente do Ruanda.
O analista Pedro Bila diz que o Ruanda, que não é membro da SADC, normalmente oferece tropas bem treinadas para o combate ao terrorismo, e essas forças têm logística própria, e no caso de Moçambique, ele pensa que vai ser a mesma coisa.
Bila diz que não se sabe como é que vai ficar o comando da força do Ruanda, numa situação em que a força regional vai incluir tropas moçambicanas; e Moçambique, para além de coordenar as suas próprias tropas, vai também coordenar as da SADC.
E vê um outro problema: É que, na sua opinião, não se sabe em que quadro se integra a cooperação no domínio da formação entre Moçambique e a SADC, uma vez que existem, pelo menos dois países, Portugal e Estados Unidos, envolvidos também na formação de oficiais e soldados moçambicanos.
O professor Inácio Alberto questiona também como é que vai ser o comando da força ruandesa, realçando que "era importante que isso fosse explicado, tal como acontece com a força em estado de alerta da SADC".
Avançou que "se isso não acontecer, vai ficar essa dúvida, uma vez que o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique falou apenas do comando da força da SADC".
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Entretanto, o analista Fernando Lima diz que a força ruandesa tem o seu comandante, que é Major General Innocent Kabandana, mas sublinha que terá que haver uma coordenação com as autoridades moçambicanas, "e, eventualmente, haverá também uma coordenação com a força da SADC, embora em termos públicos não se saiba como é que isso vai ser feito".
"Terá que haver essa coordenação sobretudo quando as forças da SADC estiverem no terreno, mas para já, este assunto pode ser adiado, uma vez que no terreno está a força ruandesa", destacou aquele analista.
VOA – 27.07.2021