Por Francisco Nota Moisés
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Destaque:
- Les rêves dévastés du Soudan du Sud - Guerre civile, massacres et pillages menés par ses dirigeants ont marqué la première décennie du jeune Etat (Pág. 02) (Tradução): Os sonhos devastados do Sudão do Sul -- Guerra civil, massacres e pilhagens perpetradas pelos seus dirigentes assinalaram a primeira década do jovem Estado (Pág. 02) por Jean-Philippe Remy.
Este artigo no Le Monde por Jean-Philippe Remy sobre a jovem nação do Sudão do Sul, que sonhava ser um Paraíso e que os seus dirigentes transformaram num Inferno, é uma historia muito devastadora. (Minha nota: A tragédia do Sudão do Sul não é diferente da de Moçambique que se tornou num inferno devido a crueldade e ganância dos lideres da Frelimo). O autor começa por dizer que o Sudão do Sul se tornou independente do Sudão por secessão no dia 9 de Julho de 2011. A secessão foi causada por racismo, marginalização e violências continuas durante duas guerras, a primeira (1955-1972) e a segunda (1983-2005) que culminou na morte de 2 milhões de pessoas.
A Segunda guerra terminou num acordo em 2005 que foi assinado pelo governo central de Khartoum e o Exército Popular para a Libertação do Sudão do sul do Sudão que foi sucedido por um referendo no qual 98% dos votantes do Sudão do Sul optaram pela secessão do governo central de Khartoum. O jovem estado estava condenado a falhar por causa do mau uso dos seus recursos, da falta de infrastruturas e por causa dos métodos ditatoriais dos seus líderes, embora o novo estado tivesse sido idealizado como uma solução do problema sudanês no seu todo pelos Estados Unidos, a Noruega, o Reino Unido e os vizinhos do Sudão do Sul, principalmente Uganda.
Dez anos mais tarde hoje, o país encontra-se prostrado devido as pilhagens dos seus líderes. Em 2013 uma guerra civil rebentou no Sudão do Sul que até à data causou a morte de 400,000 pessoas como resultado dos massacres perpetrados por homens armados determinados a eliminar os membros das outras etnias.
Houve um primeiro acordo para resolver esta situação em 2015. O acordo falhou visto que indivíduos armados estão determinados a limpar outros grupos, crimes e o comportamento destrutivo dos dirigentes do Sudão do Sul. Em 2018 houve um novo acordo designado de acordo revitalizado que se afundou no meio de inundações e pragas de gafanhotos. Cerca de 2,000,000 de cidadãos sofreram deliberadamente de privação de serviços básicos enquanto que os seus líderes apoderavam-se do dinheiro do estado, de acordo com uma reportagem duma Comissão das Nações Unidas.
Cerca de 8,000,000 dos 12,000,000 da população do Sudão do Sul dependem da ajuda humanitária e sofrem de malnutrição que se instalou desde a independência.
As celebrações da independência foram anuladas para este ano por não haver nada que festejar quando 1,000,000 dos sudaneses do Sudão do Sul são refugiados apátridas na Republica do Sudão ao norte e 1,000,000 doutros vivem nos campos para refugiados geridos pelas Nações Unidas. Tais cidadãos não querem deixar tais campos por medo de que serão mortos por causa das suas etnias. Armas abundam também em tais campos. O governo mantem as suas forças na capital de Juba para evitar que não sejam atacadas, se estiverem noutras partes.
O sonho do malogrado John Garang, o líder fundador do Sudão do Sul que morreu num acidente de helicóptero, de transformar o seu novo pais num paraíso com 2 bilhões de dólares do petróleo, 2 bilhões do turismo e 6 bilhões em agricultura com um total de 10 bilhões de dólares, desapareceu nesta turbulência causada por elementos da sua própria população.
O jornalista Jean-Philippe Remy diz que a grave situação que se vive no Sudão do Sul foi também agravada pelos Estados Unidos da América que queriam transformar o novo país na frente da nova guerra fria de cruzada contra o Islão. Nisso missionários e grupos de humanitários tornaram-se em traficantes de armas e incitadores da violência.