Nesta edição
Dívida secreta
+ Julgamento começa segunda-feira
+ Chang sendo enviado para casa?
Cabo Delgado
+ Reconstrução:
primeiro, não faça mal
+ base Mbau capturada
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O julgamento da dívida secreta de US$ 2 bilhões começa segunda-feira em Maputo
Um dos maiores julgamentos de Moçambique começa segunda-feira (23 de agosto), de 19 pessoas acusadas de envolvimento no escândalo da dívida secreta de US$ 2,2 bilhões. Eles incluem Ndambi Guebuza, o filho mais velho do ex-presidente Armando Guebuza; Gregorio Leao, chefe do Serviço de Segurança e Inteligência (SISE) no governo Guebuza; Antonio do Rosário, o oficial da SISE que se tornou presidente das três empresas fraudulentas; O conselheiro político de Guebuza, Renato Matusse; e o secretário particular de Guebuza, Ines Moiane.
O julgamento será realizado pelo menos até 6 de outubro e será transmitido ao vivo pela televisão moçambicana.
O julgamento está sendo realizado em uma enorme tenda no terreno da prisão de segurança máxima maputo.
Os empréstimos corruptos de 2013 vieram de bancos Credit Suisse e VTB.
A acusação esboçou o fio de subornos e ligações. O fixador Teofilo Nhangumele, entrou em contato com seu velho amigo Bruno Langa, um oficial da SISE, para perguntar como desbloquear os assuntos; cada um recebeu US$ 8,5 milhões. Langa recorreu ao seu amigo e sócio, Ndambi Guebuza, o filho mais velho do então presidente, Armando Guebuza. Ndambi concordou, desde que recebesse "obrigado" adequados. Ele levou o projeto para seu pai, que deu a luz verde. O maior suborno foi de 33 milhões de dólares, pagos a Ndambi Guebuza, diz a acusação.
Os dois primeiros réus, a serem ouvidos na segunda-feira, são Nhangumele e Cipriano Mutota.
Ex-diretora do Escritório de Estudos e Projetos da SISE, Mutota recebeu a proposta de Nhangumele e também recebeu subornos de US$ 980 mil, diz a acusação.
O ex-presidente Armando Guebuza foi chamado como testemunha em 6 de outubro. O tribunal rejeitou uma tentativa de chamar o presidente Filipe Nyusi como testemunha.
Não vamos dar cobertura completa do julgamento.
Seguindo o padrão dos relatórios diários de inundação, postamos relatórios diários à imprensa em inglês sobre o julgamento, em https://bit.ly/Moz-secret-debt. O relatório AIM de hoje é um resumo pré-julgamento muito bom.
O julgamento está sendo transmitido ao vivo na TV. Para STV vá para https://play.stv.co.mz/ e até o fundo da página inicial e clique em Assista aqui. Para TVM: http://online.tvm.co.mz/site/emdirecto/tvm1
Zitamar compila um Dossiê de Dívidas Ocultas. (Paywall)
O ex-ministro das Finanças Manuel Chang será enviado de volta a Maputo, e não aos EUA , informa o Daily Maverick (21 de agosto). Chang é acusado tanto nos EUA quanto em Moçambique (não como parte do caso atual). Chang foi preso por um mandado de extradição dos EUA em dezembro de 2018 em trânsito pelo Aeroporto Internacional OR Tambo de Joanesburgo e está preso desde então. A fim de impedi-lo de ser enviado para os EUA, onde eles estavam com medo que ele incriminasse figuras seniores da Frelimo, Moçambique também emitiu um pedido de extradição. Chang permaneceu preso em Joanesburgo enquanto a liderança do ANC dithered, tentando decidir se eu quero proteger a reputação de Filipe Nyusi e outros líderes frelimo. Tendo acabado de enviar tropas para Moçambique para apoiar o governo, parece que a liderança do ANC também decidiu devolver Chang.
Cabo Delgado
Comentário
Primeiro: não faça mal
Parte 2 de: A reconstrução estabelecerá as bases da próxima guerra?
Correr para se reconstruir depois de uma guerra e criar as condições para a guerra recomeçar não é um problema novo.
Como tantas guerras civis reiniciam, em parte impulsionadas por intervenções mal pensadas, o Fundo Global de Prevenção de Conflitos do governo britânico contratou a Universidade Aberta do Reino Unido para trabalhar com o Centro de Guerra Terrestre do Reino Unido para produzir um curso de Mestrado "Guerra, Intervenção e Desenvolvimento" que foi dado de 2005 a 2014. O curso foi voltado para ONGs, diplomáticos e auxiliares, bem como militares e foi ministrado por uma década, 2005-2014. Nosso livro Guerra Civil, Paz Civil foi tão bem sucedido que ainda está impresso (infelizmente sem e-book). E é relevante construir capitais distritais recapturadas,como discutido na edição anterior deste boletim.
Começamos com dois slogans, um é o slogan clássico do médico Primeiro, não faça mal. Isso não é fácil, porque, como o livro e o curso enfatizaram, toda guerra civil é diferente. Os trabalhadores que chegam a Cabo Delgado não podem assumir que esta guerra é como as anteriores em que trabalharam. Então pegamos um slogan de um manual de zona de guerra do PNUD de 1994, não façamos apenas algo. Fique aí parado! O velho slogan, "não fique aí parado, faça alguma coisa!" está errado porque, para não fazer mal, é essencial parar, pensar e discutir o impacto do que está sendo feito. Na chegada, o tradicional trabalhador de ajuda emergencial contrata as pessoas mais qualificadas e qualificadas disponíveis, a fim de começar rapidamente. Mas, em muitos casos, a contratação por mérito, experiência ou habilidades pode exacerbar as queixas. Isso é verdade em muitas guerras civis, incluindo Cabo Delgado, porque a queixa é precisamente que um lado da guerra monopolizou a educação, a formação e os empregos. Em Cabo Delgado, a contratação por mérito, experiência e habilidades significa que a maioria dos contratados será de Maputo, ou, se de Cabo Delgado, será Makonde. Precisamente isso aconteceu quando as companhias de gás disseram que fariam contratações locais, e a reação desencadeou a guerra. Durante a Guerra Civil, a Paz Civil fornecemos "implicações de intervenção".
Uma delas é: + Enfatizar como as tarefas são feitas, não apenas a realização de resultados. Por exemplo, a realização de atividades de reconstrução empregando a população local pode retardar a reconstrução, mas pode levar à capacitação e a um grau de empoderamento, bem como à construção de meios de subsistência locais. Outra implicação de intervenção sugere pensar em "por que as pessoas estão dispostas a arriscar suas vidas em uma guerra civil" e observa: + Para aqueles que lutaram simplesmente por falta de outras oportunidades, a prioridade pode ser educação e empregos.
Escritas há duas décadas, essas palavras soam particularmente verdadeiras para Cabo
Delgado.
Outra lição é que não se pode apoiar apenas um lado em uma guerra civil, e parte da reconstrução e reconciliação está unindo os dois lados.
Aqui a implicação de intervenção do livro é: + Procure grupos de identidade que cortem as identidades que foram retomadas na guerra - por exemplo, jovens, mulheres, desempregados, etc - e apoie esses novos grupos de identidade. O livro também analisa os problemas dos trabalhadores auxiliares no terreno, com essa implicação de intervenção:
+ Centralização, sistemas de gestão cada vez mais complexos, e um estresse na sede e nas metas organizacionais podem tornar as agências de ajuda menos adequadas para a construção da paz.
Cada vez mais o foco está em uma abordagem gerencial, com pessoas movimentando cargos com frequência e limitação na promoção de pessoal nacional. Mas a análise de conflitos requer pessoal com experiência local e experiência. Os escritórios locais precisam ser soltos e flexíveis para que possam responder rapidamente às oportunidades, em vez de fortemente controlados a partir do centro. Os funcionários precisam se sentir mais responsáveis pelo país afetado pela guerra do que com a sede da agência. Finalmente, a foto na capa da Guerra Civil, Paz Civil é de uma escultura, "Árvore da Vida", feita por quatro artistas moçambicanos de armas desativadas após a guerra de 1982-92.
Tão pouco mudou desde que escrevemos esse livro, e agora estamos em outra guerra civil em Moçambique. É possível aprender pequenas lições do passado. Os interventores devem ter tempo e espaço para "Não faça apenas algo. Fique aí" e pense e discuta as raízes de sua guerra civil e sobre como a reconstrução pode reduzir e não piorar as queixas na raiz da guerra.
Os interventores em Cabo Delgado são moçambicanos e estrangeiros.
Se eles concordarem em "primeiro, não façam mal", podem quebrar o ciclo de guerras em Moçambique.
As tropas ruandesas de Joseph Hanlon capturaram Mbau, uma grande base insurgente na densa floresta, na sexta-feira (20 de agosto), de acordo com o New Times ruandês (21 de agosto). A base de Mbau fica a 5 km da cidade de Mbau e a 50 km de Mocimboa da Praia. As tropas agora se moverão mais para a densa floresta para atacar as outras duas bases importantes, Siri 1 e 2. (Siri significa "segredo")
New Times
A força conjunta ruandês-moçambicana encontrou 80 a 100 insurgentes perto da base de Mbau e lutou ferozmente contra eles. Os insurgentes perderam 11 combatentes e muitas armas e munições antes de voar mais uma vez", informa o New Times. Enquanto fugiam, os insurgentes cortaram árvores enormes e as usaram para bloquear as estradas principais, de modo a atrasar o avanço das forças conjuntas.
O New Times (18 de agosto) também informa que Ruanda espera continuar envolvido em Cabo Delgado a longo prazo.
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