Por Edwin Hounnou
Estamos a assistir um movimento desusado, com grande destaque, no partido governamental em que todos se acham com capacidade suficiente para marcar com as responsabilidades da condução dos destinos de um país. A corrida que estamos assistindo, é sinal claro de que o cargo de presidente da república é, na verdade, bastante apetecível e traz muitos benefícios particulares como o enriquecimento fácil para si e amigos. Ainda não temos a noção nem cultura de que um cargo público de tão elevada visibilidade seja para servir o povo. Depois de Samora Machel, conhecemos muito bem o que aconteceu com os restantes que chegaram àquele cargo – tivemos, ainda temos, grande desordem social protagonizada pelos seus meninos como empresários de sucesso que encomendam assassinatos dos que pensam diferente, ambiciosos que vendem o país, raptores de jornalistas e comentadores para lhes partir as pernas, como dizem os seus algozes. Temos que nos libertar dos pais dos meninos que fazem gincanas com portentosas máquinas e escoltados pela polícia que recebe salários dos nossos pagamentos.
O mais importante, para muitos desses candidatos, a capacidade e o histórico não contam para nada. A ganância ofusca-lhes a mente de entender a missão de servir. As alianças de grupos de interesses particulares se juntam com os olhos postos na presidência e até, entre eles, se prometem cargos de primeiro-ministro ou outros de relevância destacada. Temos que nos precaver para que essa estirpe de gente não chegue ao cargo de presidente porque o povo tem que decidir por termo ao sofrimento provocado pelas suas lideranças de forma fraudente, como tem sido prática corrente. Um povo que não sabe apoiar pessoas sérias e comprometidas com a causa de todos, dificilmente, sairemos do buraco em que foi jogado pelos vende-pátria de traidores dos nossos sonhos de viver num país de liberdade e desenvolvido.
O “salvador” da nossa não chegará de bandeja. Temos que procurá-lo com cuidado e não será nenhum dos que já deram a cara porque esses só querem tacho nem será aquele que ainda sonha com um possível terceiro mandato porque aqui não queremos terceiro mandato nenhum. Cumpriu os dois mandatos prescritos na Constituição, vai para casa sem a pretensão de que não conseguiu implementar o seu programa devido à guerra e pandemia. O país é este com todos seus problemas que tem. Não há país algum do mundo sem problemas. Os “porta-vozes" que cantam que o seu “brada" não governou devido a isso ou aquilo, que arranjem um país sem problemas para o seu candidato fazer o terceiro mandato sem qualquer impedimento legal.
Conhecemos gente bem e com visibilidade mas estão no seu canto, levando sua vida no silêncio. Por exemplo, a activista social, a Mamã Graça Machel, uma acérrima defensora da criança e da mulher. Tem um longo percurso na luta pelo bem do próximo e diz que não pensa em candidatar-se ao cargo de presidente da República. Gostamos da sua humildade. O General na reserva Tobias Dai, que chegou ao cargo de ministro da Defesa Nacional, militar de carreira com um histórico invejável nas forças armadas desde os tempos da luta de libertação nacional, é uma pessoa humilde, obediente e de trato simples. O General na reserva Hama Thay é uma figura que, pela sua experiência, pode trazer tranquilidade ao país devido ao seu carácter aglutinador, integridade moral, grande capacidade intelectual. Hama Thay é um PhD, professor universitário. Já ocupou cargos de comando nas forças armadas e ministeriais. Não está conotado a práticas corruptas. Não está ligado a grupos de interesses económicos. Se um desses se candidatasse ao cargo de presidente da República, ninguém faria barulho. Não contestaríamos tão-pouco, se um deles manifestasse tal desejo de se candidatar ao cargo de presidente da República. Não hesitaríamos em mobilizar simpatias do povo porque sabemos que o país voltaria aos carris da paz e desenvolvimento. Na sociedade civil está a despontar uma figura de referência incontornável : Professor Adriano Nuvunga, que pugna pela transparência e boa governação da coisa pública Temos, em todas latitudes da nossa terra, gente capaz de tirar o país do matope e das intermináveis guerras. Temos pessoas de causa justas que gostaríamos de vê-las a dizer algo.
Os dirigentes do nosso país deveriam sentir vergonha ao se socorrerem de Ruanda, um pequeno país da região África Ocidental com um pouco mais de 12 milhões de habitantes, com um exército bem treinado e com equipamento moderno, transmite confiança de dias melhores aos moçambicanos. Paul Kagamé, apesar de ditador, tem noção da necessidade de defesa do seu país. Os nossos governantes desmantelam o exército e transferiram o poder de fogo dos militares para a polícia a fim de se manterem eternamente, sem escoriações, no poder. Filipe Nyusi, Armando Guebuza e Joaquim Chissano deveriam ter vergonha na cara por terem desmantelado o exército nacional, por razões políticas. O país está a pagar uma pesada factura dos seus actos. Cabo Delgado deve se ter apercebido do poder de fogo do contingente militar do Ruanda que os terroristas já não encontram tempo para andarem, à vontade, a decapitar inocentes, a roubarem bens das populações porque podem ser surpreendidos por ruandeses. Embora a força do Ruanda tivesse chegado ao nosso país sem grandes formalidades como aquelas que vimos com as forças da SADC, temos que confessar que estão a fazer um bom trabalho.
Flipe Nyusi tem recebido falsos comentários abonatórios por ter chamado forças estrangeiras a fim de ajudarem o paísa se defender, porém, nós temos uma opinião diferente. Nyusi deveria ser censurado por ter feito parte do grupo que enfraqueceu a defesa do país e andou as voltas durante muito tempo. Ele foi ministro da Defesa do governo de Armando Guebuza e nada fez para tornar as Forças de Defesa de Moçambique fortes e capazes. Não nos podemos esquecer de Nyusi foi co-autor das dívidas ocultas não para fortificarem a defesa do país mas para o grupo de enriquecer à nossa custa e hoje estamos desprotegidos.
Morreríamos de tédio perante a candidatura, e sem alternativa, de Eduardo Mulémbue, homem de verbo fácil mas sem coragem, pois, uma vez prometeu denunciar os corruptos que corroem o país, mas nada disso aconteceu até ao presente momento. Meteu-se debaixo da mesa e se esqueceu de cumprir o que disse. Mulémbue não tem coragem de levar o país a bom porto. O mesmo se pode dizer do General na reserva, Raimundo Pachinuapa que só persegue dinheiro a qualquer preço, mesmo, se for necessário, o derramamento de sangue de seus conterrâneos. Pachinuapa é uma figura sinistra que a gente de Cabo Delgado não se esquecerá porque, por uma carta qualquer conseguida em Maputo, tem passado por cima de interesses dos donos da terra, expulsando-os das suas zonas de origem. Os garimpeiros artesanais de Montepuez conhecem o que Raimundo Pachinuapa, um dos donos da empresa Montepuez Ruby Mining, tem no-los feito. Uma candidatura de Sérgio Vieira deixar-nos-ia sem chão, comunista de triste memória que abriu feridas profundas em famílias moçambicanas. Mudaríamos de nacionalidade se o país fosse dirigido pelo general na reserva Lago Lidimo, um assassino confesso, um inimigo do povo. Muitos moçambicanos desapareceram entre as mãos de Lago Lidimo habituadas a sangue. É um diabo que vivia de sangue. Falamos com conhecimento de causa. Conhecemos os assassinos que mataram nossos parentes. Ele sabe muito bem do que estamos a falar.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 11.08.2021