Posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia
Depois da retomada do posto administrativo de Mbau e das bases adjacentes, maior parte dos esforços da força conjunta, composta especialmente pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e do Ruanda, têm as atenções agora viradas especialmente para as bases Siri I e II.
Apesar de alguma confrontação em locais específicos, no geral, os grupos terroristas têm estado a optar por buscar formas de despistar a força conjunta, fugindo para outros locais, ao longo das matas da região norte de Cabo Delgado e, eventualmente, outras regiões da província ou fora desta. Nisto, acredita-se que parte do grupo tenha deixado Mbau e descido ao sul, em direcção à zona costeira de Mucojo, isto já no distrito vizinho de Macomia.
É que, ao longo da semana passada, foram relatados casos de decapitação a um grupo de pescadores que estava em plena actividade piscatória naquela região litoral. Os relatos indicam que o ataque do grupo insurgente aos pesca[1]dores aconteceu na terça-feira. A informação foi dada por três pescadores que conseguiram regressar à vila de Macomia, mas feridos.
Acredita-se que o ataque tenha sido protagonizado por bandos terroristas actualmente em fuga das bases que estão, paulatinamente, sendo ocupadas pelas Forças de Defesa e Segurança. Os sobreviventes do ataque precisaram que os supostos insurgentes foram vistos entre a zona Nagulue e Simbolongo.
Aliás, alguns oficiais das FDS já tinham sugerido sinais de os grupos estarem a descer em direcção a Mucojo, depois de expulsos de muitas bases localizadas particularmente nos distritos de Mocímboa da Praia e Muidumbe.
Parte dos locais estratégicos que tinham sido ocupados são os mesmos que durante a luta de libertação nacional acolheram bases da Frelimo. Algumas retomadas pelas Forças Armadas de Moçambique aquando da guerra civil.
Ampliação do aeródromo
Enquanto isso, outras notícias de Macomia apontam para a finalização do que se considera “ampliação” do aeródromo local, situado no bairro Xinavane, entre outras acções de pequenos intervencionamentos visando sinalizar a recolocação das condições básicas de vida e, por esta via, aliciar as pessoas a regressar de forma efectiva. Nisto, a 25 de Agosto corrente foi realizada a VIII sessão ordinária do Governo distrital, dirigida pelo respectivo administrador, Tomás Badae, evento que discutiu vários assuntos de reconstrução de infra-estruturas e acções da garantia de ordem pública.
Em seguida foram entregues chapas de zinco aos comerciantes que sofreram com os ataques terroristas, assim como verificou-se a distribuição de máquinas de costura para alguns deslocados internos. Por seu turno, além de diversas outras actividades, a Organização da Mulher Moçambicana, reservou o dia para a apresentação da esposa do administrador distrital, pelas aldeias de Likangano, a sete quilómetros da vila, assim como nos bairros de Napulubo, Xinavane e Changane.
MEDIA FAX – 30.08.2021