Por Francisco Nota Moisés
Le Monde de 22.09.2021 (2)
Leia aqui
Download Le Monde du Mercredi 22 Septembre 2021
Destaque:
- L’opposant rwandais Paul Rusesabagina condamné à vingt cinq ans de prison
L’exdirecteur de l’hôtel des Mille Collines conteste la politique autoritaire de Paul Kagame. (O oponente ruandes Paul Resesabagina condenado a vinte anos de prisao. O ex-diretor do Hotel de Mille Colinas contesta a politica autoritaria de Paul Kagame pág. 05)
"Paul Rusesabagina foi condenado a 25 anos de prisão na segunda-feira dia 20 de Setembro. O antigo diretor do Hotel Mille Collines tinha-se tornado num oponente implacável do presidente Paul Kagame. Foi estabelecido que ele tinha sido financiador dum grupo terrorista, Frente de Libertação Nacional ou FLN, que e o braço armado do Movimento para a mudança democrática de Ruanda que foi responsabilizado pela morte de nove pessoas em 2018 e 2019 no sudoeste de Ruanda. Rusesabagina negou responsabilidade em tais crimes.
"Desde Maio deste ano, o oponente ruandês e 17 outros réus recusavam comparecer no tribunal de Kigali por considerar o seu julgamento como um processo politico que se realizava depois do seu rapto pelas autoridades ruandesas. Investigações feitas pelas autoridades judiciais ruandesas e belgas concluiram que ele era um dos principais financiadores da FLN, coisa que ele reconhece por apoiado o movimento rebelde com um total de 20,000 euros.
"Rusesabagina foi o homenageado num filme em 2014 por ter trabalhado para a salvação de 1,200 tutsis que ele escondia no seu hotel durante o genocídio que causou a morte de entre 800.000 a 1.000,000 pessoas entre Abril a Julho de 1994. Certas pessoas contestam o seu gesto."
A partir de 1996 ele passou a viver nos Estados Unidos e na Bélgica como cidadão dos dois países. Esteve envolvido na criação do MRCD que deu origem a FLN e foi encarregado da diplomacia do movimento. A FLN reclamou responsabilidade pelos ataques na região de Nyungwe na fronteira com Burundi e a Republica Democrática do Congo ou RDC. Fomentou ataques contra machimbombos, causando a morte de duas pessoas e ferimentos em oito outras.
Houve um arranjo que ele fosse a Dubai num jato privado que devia passar por Burundi e foi interpelado em 2020. O governo ruandês corrompeu um individuo que tinha trabalhado com ele durante muito tempo. Mas o avião foi aterrar em Kigali em vez de em Burundi onde ele foi detido depois do avião ter pousado no aeroporto da capital ruandesa.
O parlamento europeu descreveu o evento como um rapto e exigiu uma investigação internacional. Mas o que aconteceu não foi um rapto, mais sim uma jogada manhosa policial que permitiu que ele fosse interceptado, diz uma fonte ruandesa, tal como aconteceu com o terrorista Carlos, com o dirigente curdo turco, Abdullah Ocalan, e com dezenas de narcotraficantes.
Carine Kanimba, a filha do condenado Rusesabagina diz que a condenação do seu pai foi decidida por Paul Kagame. O telefone dele tinha sido contaminado pelo aparelho de Cybersurveillance Pegaus.