Por Edwin Hounnou
Filipe Nyusi anda obcecado pelo poder que até se perde do essencial. Tem medo que o achem um incapaz de cumprir com pelo a sua obrigação. Não é por acaso que aparece em tudo, como fazia o seu antecessor, Armando Guebuza, que só faltava ir inaugurar barracas e os “senta em baixo", de uma loa ou uma cantina. Temos um chefe de Estado que anda a usurpar as funções de um secretário de estado provincial, de um governados de província ou mesmo de um administrador de distrital.
Nyusi parece um presidente mais ocupado consigo próprio do que ocupado com a sua função de chefe de estado, percorrendo distritos e postos administrativos para correr feitas de um balcão do INSS, de uma filial de um banco ou de posto de transformação de energia eléctrica ou de algo igual a isso, dando a impressão de uma barata que se movimento sem uma direccção tonta. Não conseguimos perceber o alcance das suas deslocações, muitas vezes, fúteis quando o chefe de Estado faz milhares de quilómetros de distância para cortar a fita de balcão de um de um banco, ou seja, Nyusi só quer aparecer aos olhos do povo.
Para qualquer país que se orgulhe é suposto que o seu presidente/chefe de Estado seja um pensador por excelência das grandes linhas de desenvolvimento sócioeconómico e da consolidaçäo da paz e da unidade nacional. É uma instituição que inspira a todos os cidadãos como um exemplo de bem servir a pátria e sua gente. É justo que as pessoas se perguntem quando o Presidente da República arranja tempo para reflectir sobre as soluções dos imensos problemas com que o país se depara.
Moçambique tem problemas económicos graves, produz muito pouco, não tem estradas praticáveis, o ensino de qualidade questionável, corrupção generalizada, não tem agricultura comercial nem indústria para o país crescer, porém, Nyusi perde muito tempo em aviões, viajando de um lado para outro a cortar feitas ao invés de dirigir equipas de pensadores e cientistas . Parece que foi eleito para inaugurar infraestruras de pequena monta e não para reflectir sobre as linhas-mestras que o país precisa para se livrar do subddesenvolvimento. Nyusi não deve saber as potencialidades do país que tem, por isso, dá um passo para frente e dois para trás.
A falta de visão do futuro ficou evidenciada com o trabalho que o contingente militar ruandês vem fazendo. Desde 2017, as FDS, superiormente dirigidas por Filipe Nyusi, não conseguem expulsar os terroristas de Cabo Delgado, o exército que garantiu a integridade territorial na luta contra o regime da Rodésia do Sul e lutou com bravura na luta civil, já não existe mais, pois foi destruído e seu poder de fogo transferido para a Polícia da República de Moçambique, PRM. O processo da destruição do exército iniciou desde 1994. A culpa da inacção das forças armadas se dividem entre Joaquim Chissano e Armando Guebuza, antigos presidente do país, e continuou com Filipe Nyusi, actual presidente de Moçambique, vêem na PRM um seguro padrinho que garante a permanência do partido Frelimo no poder. Tem sido, de forma reiterada, a PRM, e não só, persegue, prende, amordaça e bate em adversários políticos do regime, principalmente e de maneira recorrente em épocas eleitorais.
A Frelimo prefere continuar controlando o poder político e, através deste, alcançar o poder económico a ter um país com um exército moderno, forte e bem equipado para defender a nossa pátria, o povo, os seus recursos, infraestruras e seus projectos de desenvolvimento. A Frelimo tem que estar bem com a nossa História, pedindo desculpas ao povo por ter permitido a vulgarização do país. Pelo enfraquecimento propositado das forças armadas nacionais, a Frelimo deveria ser incriminada e os responsáveis por isso deveriam ser proibidos de concorrer às eleições e muito menos ainda de tentar eternizarem-se no poder, seja por alterações/amends constitucionais para conseguirem um terceiro mandato, como estão a tentar ou mudando a forma de eleição do Presidente da República como cabeça de lista, como vão ensaiar os apologistas e os conhecidos acólitos de Filipe Nyusi que não param de o comparar com um pequeno deus, tentando fazer-nos esquecer de que ele é o principal culpado pela vergonha por que estamos a passar tanto como povo assim como país.
Se o seu desiderato de conseguir mais um mandato for alcançado, Moçambique passará a ser um país pária, de pouca-valia na arena das nações. Deve ser a obrigação de cada moçambicano patriota evitar que a tal hecatombe venha a abater-se sobre nós. Os que jogaram o país na lama deveriam ser evitados ou impedidos que continuem a criar manobras dilatória e a sonhar com o poder, por por serem indivíduos prejudiciais às aspirações do povo que são a paz e desenvolvimento. Não precisamos de que tenhamos a passar por momentos mais baixos e sombrios do que estes. Temos gente não comprometidas com a corrupção, com experiência na condução dos destinos do país, em vários domínios e um invejável desempenho académico. Nada pode justificar que continuemos atolados e a chararmos quando chove e a chorarmos quando não chove. As nossas potencialidades não nos fazem vingar por termos uma direccção amorfa, sem vontade própria e, sobretudo, composta por indivíduos corruptos e lesa-pátria.
A procissão de exércitos de países da SADC e do Ruanda vem deixar claro o quanto nos andam a enganar com leões da floresta que não rugem. Até países mais pequenos que Moçambique, como o Lesotho tem um contingente militar mais aprumado, mais bem equipado que as nossas FDS e isso não deixa os nossos dirigentes corados de vergonha. A vergonha para gente de bem, não é para qualquer um. O povo bate palmas, saúda, dança e canta que a paz já chegou, ao longo de todo o trajecto por onde passam os militares de libertação e isso demonstra que o país viveu, durante esse tempo todo, com as portas escancaradas. Tememos que, depois de derrotados os terroristas, voltemos à situação anterior que, a partir daí, os governantes voltem a pensar a ensacar “mola" para si, seus filho, amigos e compadres, como foi o festival das dívidas ocultas.
Temos tudo para o nosso país voltar a ter um desenvolvimento médio. Não podemos aceitar que, depois de 46 anos de independência continuemos a viver de medo e sejamos incapazes de repelir os terroristas que nos fustigam e nos socorramos de países que sabem no nosso cerca de 30 vezes e com menos recursos nos venha ensinar como se defender. Estamos atrasados devido à ganância dos que tomarem as rédeas do nosso destino que gangstrizaram a administração pública. Temos que nos reconciliar colocando o país nos carris da paz e do desenvolvimento. O povo tem de lutar para que os lampiões não continuem no poder nem possam fazer contorções para não deixarem de ser nossos patrões. Se nos mantivermos passivos e assistindo o “game" a partir da bancada-sombra, vê-los-mos, muito em breve, a gingar e a colo do povo feitos cavaleiros de chibante, estaremos a comprometer o nosso presente e o futuro dos moçambicanos do amanhã que precisarão de herdar um país de esperança e a ser governado por gente comprometida com a causa do povo.
Na nossa humilde opinião, os candidatos que se falam por aí, não passam de um simples boato porque eles não têm para oferecer ao povo. Eles – esses candidatos - se comparam a um machimbombo que tem de percorrer uma distância de 500 km mas leva no tanque uma quantidade de combustível para andar cerca de 140km. Apelamos ao povo para se cuidar não embarcando nos candidatos do boato.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 22.09.2021