Mais de 40 países pobres ou emergentes têm uma exposição à China devendo o equivalente a 10% do produto interno bruto a Pequim
A Rota da Seda chinesa, que desde o início da década passada tem financiado projetos de infraestrutura pelo mundo, fez com que países pobres e emergentes contraíssem dívidas ocultas na ordem dos 385 mil milhões de dólares, ou 330 mil milhões de euros ao câmbio atual, segundo notícia desta quarta-feira do Financial Times.
Segundo um estudo do laboratório AidData da universidade norte-americana College of William and Mary que analisou a intervenção chinesa em 165 países, as dívidas foram contraídas por países e sub-reportadas oficialmente já que atualmente perto de 70% da dívida chinesa no estrangeiro diz respeito a entidades como empresas detidas, na totalidade ou em parte, pelos governos, e a instituições do setor privado.
Assim, o estudo calcula que, em média, as dívidas à China não reportadas equivalem a 6% do produto interno bruto dos países. E que mais de 40 países pobres ou emergentes têm uma exposição à China devendo o equivalente a 10% do seu produto interno bruto a Pequim.
O estudo analisou 13 mil projetos avaliados em 721 mil milhões de euros desde o final da década de 1990 até 2017.
EXPRESSO(Lisboa) – 29.09.2021