Por José Venâncio Machado
A nossa vida assemelha-se à patinagem, como escreveu alguém. Em parte vamos para onde queremos e, em parte, aonde os patins nos levam. Alistei-me na Marinha para prestar o serviço militar obrigatório e após ter concluído o Curso de Formação de Oficiais de Reserva Naval (o 14º), quis a Marinha, quiseram os patins, que o meu Destino fosse a Base Naval do Comando da Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa (CDMPLN), em Metangula, Moçambique, mais propriamente a Esquadrilha de Lanchas do Niassa (EL6).
Cheguei a Metangula em Janeiro de 1970 e fui logo praxado, como era tradição. Conhecedores ou não da minha origem goesa, no jantar de receção os meus camaradas serviram-me um prato extra-picante. Ingeri-o estoicamente e no discurso da praxe agradeci aquela dose extra de capsaicina (o composto picante das pimentas) com que os meus camaradas me quiseram alertar para a vida picante e o fogo que me esperava naquela zona de guerra.
Mas não foi o caso.
Leia aqui Download O cinquentenário do Tchifuli