Durante a segunda metade do século XIX, pulularam expedições científicas na África auspiciadas pelas então potências europeias, notadamente Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Portugal. Estas incursões pelo continente africano só foram possíveis pela presença de centenas de trabalhadores africanos engajados nas questões logísticas, como o carregamento dos materiais científicos, dos víveres, dos presentes e dos produtos de troca, responsáveis pela caça e pelo preparo dos alimentos, além de intérpretes e guias.
A referência aos africanos nas expedições, no entanto, aparece muitas vezes de forma indireta no que concorre ao êxito do empreendimento – e de forma bastante explícita nas queixas e nas explicações de insucessos –, prevalecendo nos relatos e narrativas de viagens a imagem do “eterno Adão” que vagueia por uma terra nunca antes percorrida, na qual tudo descobre.