Nos últimos dias, bases de insurgentes foram destruídas por foças moçambicanas, ruandesas e da SAMIM. Vila sede de Mueda recebe fluxo cada vez maior de famílias das zonas próximas à fronteira com a Tanzânia.
A região de Mueda tornou-se nas últimas semanas o foco dos combates contra os insurgentes em Cabo Delgado. A informação é de fontes da sociedade civil na província, que preferem não ser identificadas. A vila sede de Mueda tem recebido fluxo cada vez maior de famílias das zonas próximas à fronteira com a Tanzânia.
Nesta semana, a força conjunta composta por militares do Ruanda e de Moçambique destruíram duas bases montadas por insurgentes nas matas dos distritos de Mueda e Macomia. Os acampamentos haviam sido instalados durante o fluxo de afastamento do grupo armado das regiões mais próximas do litoral de Cabo Delgado.
A operação foi facilitada pelo apoio aéreo da missão militar conjunta da África Austral em Moçambique (SAMIM, na sigla em inglês). Dois líderes insurgentes foram mortos nos combates de neutralização das bases. Segundo ativistas, homens armados – supostamente compostos por radicais islâmicos em atividade em Cabo Delgado – realizaram no mês de novembro ataques a comunidades ribeirinhas em território tanzaniano.
Entre Mueda e Macomia
No distrito de Macomia, as comunidades de Chai, 5º Congresso e Nkoe tiveram residências queimadas e famílias foram desalojadas. Nesta semana, no entanto, as zonas foram recuperadas pela força conjunta. Já no distrito de Mueda, moradores de Ngapa, Nambungali e Ninga também foram obrigados a deixar as suas casas.
Na semana passada, insurgentes em Macomia atearam fogo em residências em aldeias do posto administrativo de Chai. Informações que circulam em redes de ativistas da região dão conta de que possivelmente os insurgentes estariam a agrupar e receber reforços de outros pequenos grupos.
"A intenção dos insurgentes não é evadirem-se de Cabo Delgado. Eles fixaram-se em Nambungali e Xai – distritos de Mueda e Macomia respetivamente", diz uma fonte ouvida pela DW África. As área invadida pelos insurgentes estariam a ser vigiadas pelas tropas moçambicanas e da SAMIM.
DW – 26.11.2021