Os declarantes até aqui ouvidos na tenda da BO, pregaram os últimos pregos que faltavam nos caixões de Gregório Leão e António Carlos do Rosário. Ficou claro, agora, que esta dupla mentiu descaradamente ao tribunal.
Por exemplo, António Carlos do Rosário chegou a dizer que a Ematum, não fosse a sabotagem do actual Governo, estaria a nadar em dinheiro. Ontem, Henrique Gamito, antigo administrador da Ematum, disse que a actividade era inviável e não garantia receitas para o desembolso dos empréstimos.
Quer dizer, enquanto o estudo de viabilidade, de malta Rosário e companhia, mostrava ganhos redobrados, a realidade no terreno mostrava o contrário: a Ematum tinha pernas de barro. Nunca aguentou-se de pé, mas pagava salários chorudos aos seus colaboradores. Aliás, esta é uma questão também importante, porque António Carlos do Rosário mentiu ao tribunal ao dizer que não havia salários para os colaboradores. Se Herenique Gamito que só era administrador chegou a ganhar quase 200 mil meticais mensais, quanto é que ganhava o PCA
Há muitas mentiras nisto tudo, o que leva a crer que nunca houve objectivo concreto de proteger a costa moçambicana. Tudo isto não passou de um ardil para endividar o País e empurrar os moçambicanos à pobreza.
Outro exemplo claro é sobre a paternidade da Proindicus. António Carlos do Rosário disse que ele é que foi o pai, mas Victor Bernardo, declarante também ouvido pelo tribunal, disse que o pai biológico da Proindicus é Teófilo Nhangumele, corroborando o que já havia sido dito por este réu e por Cipriano Mutota, quando foram ouvidos
Aliás, isto levanta grandes problemas: a ideia da protecção da costa moçambicana não é política. Foi trazida de fora. Jean Boustani já sabia que este era um ardil para endividar Moçambique, por isso que até envolveu malta Nhangumele, Ndambi ou Bruno Tandane. O que é que estes senhores têm que ver com a protecção da costa moçambicana? Aliás, começa-se a perceber porquê viajaram para Alemanha ou Emirados Árabes Unidos às expensas do SISE. Eram pontas-de-lança do esquema.
Armando Guebuza, se o juiz e o Ministério Público forem sérios, tem muito que explicar. Não é possível que pessoas da sua confiança (ministro da Defesa, director do SISE e ministro das Finanças) tenham urdido um esquema tão gigantesco sem que ele soubesse. Faz parte da quadrilha. Só escapou à prisão porque faz parte dos “intocáveis”, mas o jacto que alegadamente trouxe vinhos, podia carregar consigo muitos Benjamin Franklin.
A poeira vai assentando. Fica claro agora que tudo isto foi um embuste. Bandidos!
PS: Já viram nem a quem a Privinvest quer no julgamento de Londres: Armando Guebuza e o seu filho Ndambi, Filipe Nyusi, Gregório Leão, António Carlos do Rosário…todos estes senhores comeram pela medida grande. Sabem aonde é que foram parar os dois biliões de dólares que o tribunal não está a falar deles.
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