Por Edwin Hounnou
Moçambique está mergulhado em poço profundo e, nas últimas décadas, a situação vai de mal a pior à mistura com a corrupção, narcotráfico, raptos que, até alguns são protagonizados por agentes da ordem que, por obrigações profissionais, deveriam garantir segurança, mostram o tamanho da montana atravessada no caminho dos moçambicanos. As escolhas político-partidárias a que estamos habituados, ao fim de cada cinco anos, não nos retirarão do buraco por falta de objectividade e transparência. O país está estrangulado. Perdeu tudo, incluindo o pouco que herdou da governação colonial como o rigor no fazer as coisas e na punição exemplar dos prevaricadores do roubo do bem comum. Estamos no fundo do poço. Estamos num curral no qual só os porcos engordam por comerem tudo. Destroem o futuro e a esperança do povo. Os porcos fecham as portas, comprometem o desenvolvimento do país, como se viu na contratação das dívidas ocultas que jogaram o país para o caixote do lixo da História.
Somos todos chamados a tomar os destinos do nosso país, despido de cores e animosidade políticas e assumirmos que cabe a nós e a mais ninguém darmos outro rumo ao nosso navio comum que, de forma contínua há mais de 46 anos, navega perdido no alto-mar bravo. Somos pobres e sobrevivemos de donativos não por destino divino, mas porque sempre fomos e ainda somos mal governados. Temos mais recursos naturais que vários que estendem a sua mão caridosa para nos apoiarem quando chove e quando não chove. Terra rica, várias dezenas de rios com curso de água permanente e temos milhões de gente laboriosa, porém, a nossa marcha para o abismo sempre prossegue.
A composição ferroviária não vai a lado nenhum quando a “cabeça“ não arranca. Temos tudo para sermos um país bom para se viver e trabalhar bastando, para tal, sabermos escolher bem em quem nos possa dirigir para vitória contra o subdesenvolvimento socioeconómico. Se continuarmos a nos deixar levar por capulanas, t-shirts, bonés, showmícios e passeatas em caravanas de falsários ao som de músicas de hossanas a gatunos, bandidos e caloteiros, não sairemos do chão em que estamos e passaremos a achar que somos pobres por eterna vontade divina.
A escolha do candidato a Presidente da República com critérios baseados na região da sua proveniência não oferece a segurança da competência, sabedoria e capacidade. Até ao momento, não temos sido felizes e a experiência nos recomenda a abandonar esse caminho. A ditadura do marxismo-leninismo, um sistema de governação que nos impuseram a seguir à independência, mostrou-se ser ineficaz, incompetente e nefasto por limitar, de forma grave, as liberdades fundamentais e direitos mais elementares da pessoa humana. Desde a entrada do sistema multipartidário que a escolha deixou de ser livre. O vencedor tem sido um produto de um esforço conjugado da polícia, dos órgãos eleitorais e dos tribunais, incluindo do Conselho Constitucional que se veste da roupagem do partido no poder. É isso que mata a vontade do povo de ser livre devido à imposição de governos de gatunos, corruptos e caloteiros que olham para o poder como uma oportunidade ímpar de acumularem fortuna para si e seus comparsas.
A escolha errada de quem deve governar o país tem sido um enorme desafio que ainda persiste no caminho do nosso desenvolvimento comum. Antes de transpormos esta dificuldade continuaremos de povo pacífico por deixarmos que nos roubem, por assumirmos, em silêncio, as consequências do calote e, sobretudo, por termos aceitado que a pobreza seja algo natural, prosseguiremos sempre sendo um povo atrasado.
Sermos governados por ladrões de fundos públicos não é nenhuma fatalidade. O povo tem o direito de ser bem governado, é o mínimo que se pode fazer em Estado de Direito e Democrático e para que assim seja é para isso que se realizam eleições livres e, de facto, transparentes. As eleições têm que ser mesmo livres e transparentes sem a interferência da polícia nem agressões contra os apoiantes da oposição, como tem sido habitual para que o vencedor não haja dúvidas sobre a sua vitória e os derrotados não tenham motivos para aclamar nem desconfiar. Não é isso o que acontece, pois o vitorioso sabe que não venceu e o derrotado tem mais dúvidas que certeza que perdeu.
É nesse ambiente que decorrem as eleições, no nosso país, onde o fim dos pleitos eleitorais marcam o início de confusões e guerras, quando a Renamo ainda detinha armas. Agora que está desdentada, limitar-se-à encostar-se ao muro das lamentações para chorar como qualquer outro partido burlado por quem manda na polícia prender e bater na oposição. É possível alterar este cenário? – É possível mudar as coisas. Porém, antes é preciso que o povo deixe de se comportar como um rebanho de ovelhas e decidir sobre o seu destino, a começar por escolher gente séria, competente e inteligente.
As eleições estão a aproximar-se por cada dia que passa e daí vai começar a dança dos partidos, acompanhados com a mesma lengalenga de mentiras de cabelos grisalhos e o povo vai continuar a engolir a isca da fraude. Esta música é tão velha como a própria democracia das baionetas que nos impõem desde 1994. Termos que impedir que voltem a mentir ao povo e os seus marionetes voltem a promoter que o povo terá fundos e fundos, para entreterem os mais distraídos. Depois de Afonso Dhlakama e de Daviz Simango a oposição fechou as portas. Caiu na falência e no fundo do poço da corrupção.
Assim, o partido governamental pode apresentar um qualquer, bastando assegurar um contingente policial bastante e um acerto de passos com os órgãos eleitorais, o resto rola por gravidade. Pode apresentar como seu candidato um Eduardo Mulémbwe que já está a fazer mil promessas, na Zambézia. Pode apresentar José Pacheco, que mandou asfixiar 130 presos políticos da Renamo, em Montepuez. Pode apresentar Tomás Salomão, que permite ao Standard Bank destespeitar as leis de finanças públicas. Pode apresentar Jaime Neto ou Amade Miquidade que desconseguiram conduzir os ministérios a eles confiados. Pode vir com os que escondem dinheiros em paraísos fiscais. Nada vai acontecer, vamos continuar afundados no matope em que estamos.
Independentemente da partidária ou simpatias de cada um, o país precisar de uma figura capaz de reanimá-lo, atrair a confiança dos investidores tanto internos quanto externos, assegurar um ambiente de paz e tranquilidade. Quanto a nós, essa figura é António Hama Thay. É Tenente-General e é dos poucos antigos combatentes que conseguiu o grau académico de PhD. Doutorado em Gestão e Administração de Empresas, professor universitário em Gestão de Empresas. Antes foi governador da província de Tete. Estudou numa Academia Militar na antiga URSS, onde graduou no comando de Inter-Armas. É piloto de Aeroplanos, comandante da Força Aérea e das tropas da defesa Anti-Aérea. Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique FPLM, Vice-Ministro da Defesa Nacional e Ministro do Combatente.
Hama Thay não está conotado com grupos de disputas económicas, como é da praxis. Em nenhum momento diz que seja do Norte, Centro ou do Sul. Não se esconde para falar com um suposto desalinhado, como alguns fazem. Não é corrupto. Diz ele que nenhum moçambicano deveria ser privilegiado ou prejudicado pelo facto de pensar diferente. Hama Thay pode assegurar a paz e desenvolvimento. É íntegro e tem medo de roubar. Experimentemos os bons para sairmos da corrupção que nos mata e do atraso que nos envergonha!
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 17.11.2021