Os últimos 24 membros da Junta Militar da RENAMO foram desmobilizados em Murrupula. O anúncio foi feito, esta quarta-feira (01.12), pelo enviado pessoal do secretário-geral da ONU em Moçambique, Mirko Manzoni.
O enviado pessoal do secretário-geral da ONU e presidente do grupo de contacto para negociações de paz em Moçambique anunciou, esta quarta-feira (01.12), a desmobilização dos últimos elementos do grupo dissidente da RENAMO responsável por ataques armados no centro do país.
"Hoje, temos o prazer de informar que os últimos membros da Junta Militar da RENAMO foram desmobilizados em Murrupula, na província de Nampula. Este último grupo de 24 membros da Junta Militar concluiu a desmobilização e juntou-se agora aos demais participantes das atividades de desarmamento, desmobilização e reintegração em curso a nível nacional em Moçambique", refere Mirko Manzoni, em nota distribuída à comunicação social.
A autoproclamada Junta Militar da RENAMO, um grupo dissidente da principal força política de oposição responsável por ataques armados no centro de Moçambique, perdeu o seu líder, Mariano Nhongo, a 11 de outubro, após 28 meses de contestação à liderança do principal partido de oposição e exigindo a renegociação do acordo de paz assinado em agosto de 2019.
Segundo o enviado pessoal do secretário-geral da ONU, no total, 85 membros daquele grupo entregaram as suas armas e juntaram-se ao processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR), no âmbito do acordo de paz.
"O processo continuará a decorrer em Murrupula [província de Nampula] até à sua conclusão em meados de dezembro, estando previsto que no final do ano cerca de 63% de todos os beneficiários do DDR acolham o novo ano em casa, com as suas famílias e nas suas comunidades", acrescenta a nota.
O grupo de Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da RENAMO, discordava dos termos do processo de DDR decorrente do acordo de paz assinado em 06 de agosto de 2019 entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o atual líder da Renamo, Ossufo Momade.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a RENAMO, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da RENAMO já foram abrangidos pelo DDR, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.
DW – 02.12.2021
NOTA: Como é que Mirko Manzoni tem a certeza de que não há mais guerrilheiros da Junta Militar da Renamo? Gostava de saber.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE