RESUMO DA SITUAÇÃO
O conflito de Cabo Delgado é agora referido com mais precisão como “o conflito de Cabo Delgado e Niassa”, uma vez
que a violência insurgente se expandiu na semana passada para a província de Niassa. Os ataques, que serão abordados
em profundidade na secção Foco do Incidente desta semana, iniciaram a 25 de Novembro em Gomba, uma aldeia no
distrito de Mecula, no nordeste do Niassa, perto da fronteira com a Tanzânia, a menos de 25 quilómetros do posto fronteiriço de Negomano. Ali, homens armados que se acredita serem insurgentes retiveram um veículo que transportava
salários para os funcionários do santuário de vida selvagem da Reserva Especial do Niassa. O veículo foi incendiado e
pelo menos um membro da polícia moçambicana foi morto (um relato diz que quatro policiais foram mortos).
No dia seguinte, um grupo de sete insurgentes atacou Namunda, no nordeste do distrito de Nangade. Pelo menos um
civil foi morto no ataque. Nenhum outro detalhe está disponível.
No dia 27 de Novembro, os insurgentes em Niassa mudaram-se para sudoeste ao longo da N1204 para Naulala, outra
aldeia no distrito de Mecula. Eles atacaram um posto policial na aldeia, trocando tiros com a polícia antes de saquear
medicamentos de um centro de saúde e queimar as casas de dois líderes da aldeia. O Estado Islâmico (EI) reivindicou o
ataque, dizendo que matou dois soldados moçambicanos e capturou as suas armas. De acordo com uma reportagem
do jornal nacional moçambicano Notícias, cerca de cem jovens foram raptados no ataque. No entanto, essa informação
não é corroborada por relatos de fontes locais ou pelo EI. Após o ataque, os insurgentes retiraram-se para leste, em direção a Cabo Delgado. A maioria dos civis de Naulala fugiu da aldeia e foram recebidos na capital do distrito de Mecula
pelo administrador do distrito, que os hospedou em uma escola local.
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