Por Francisco Nota Moisés
Cabo Ligado Semanal 81 16.01.2022 (2)
RESUMO DA SITUAÇÃO
"A violência insurgente continuou na semana passada, tanto no norte como no sul da zona de conflito. A 11 de Janeiro, um grupo de quatro insurgentes atacou pescadores na Ilha Quilhaule, uma pequena ilha no distrito do Ibo. Os insurgentes mataram um dos pescadores e saquearam grande parte do seu pescado. No dia seguinte, os insurgentes estavam em ação no distrito de Meluco. Ao longo da tarde de 12 de Janeiro, atacaram três aldeias - Pitolha, Citate e 1 de Maio - no distrito de Meluco, ao longo da estrada entre Muaguide e a capital de distrito. O Estado Islâmico (EI) reivindicou os dois primeiros ataques. Em Pitolha, segundo o grupo, os insurgentes incendiaram 20 casas. De acordo com uma reivindicação separada, em Citate, eles incendiaram cerca de 60 casas. Não há detalhes disponíveis sobre o ataque de 1 de Maio. ..."
As duas edições de Cabo Ligado, a anterior que analisei e esta última, parecem indicar que a guerra no Norte, em Cabo Delgado e no Niassa, passou a ser uma actuação militar somente dos rebeldes. Nesta ultima edição de quatro páginas, toda essa edição só fala das acções dos rebeldes, embora diga que tais operações vitimizam os civis. Tais alegacões contra os rebeldes já não convencem a ninguém e nem convencem os próprios mentirosos da Frelimo e nem os propagadores de Cabo Ligado.
Todavia, Cabo Ligado admitiu que os rebeldes mataram 6 soldados da Frelimo numa ofensiva em Naulala e três milicianos da Frelimo noutras operações sem dizer quanto rebeldes foram abatidos durante o combate como também disse, citando um comunicado dos matsotsis, que os soldados da SADC mataram 31 rebeldes e capturaram 48 armas, sem dizer quantos soldados da força aliada foram abatidos.
Nem os soldados da Frelimo nem os ruandeses nem os guerreiros de Ramaphosa nem doutros países de bananas na Africa Austral parecem ter o desejo de lutar na medida em que os rebeldes estendem as suas operações, afectando a comunicação com Montepuez e a via a Pemba.
No Niassa, os rebeldes operam sem nenhuma oposição, para além de Cabo Ligado dizer que a população está de fuga nas estradas para outros lugares.
De acordo com a penúltima edição de Cabo Delgado, os aliados da Frelimo não acham graça que os soldados da Frelimo só fogem quando os rebeldes atacam, atribuindo-se essa cobardia ao armamento velho das tropas da Frelimo.
Não há conexão entre as tropas da Frelimo e os ruandeses e os outros aventureiros da Africa austral que combatem ao lado dos terroristas da Frelimo. E parece que os outros países não tem coragem em estar militarmente envolvidos na guerra e querem que as suas forças se transformem numa força para a manutenção de paz por falta de financiamento em vez de ser uma força em guerra contra os rebeldes. E istoé talvez para atrair o apoio financeiro das Nações Unidas que não podem apoiar os aventureiros forasteiros em Moçambique como uma força em guerra entre os moçambicanos.
Tudo leva a crer que os rebeldes conseguiram libertar muitas zonas de Cabo Delgado e do Niassa e somente um milagre poderá salvar a Frelimo. A Frelimo e os ruandeses não conseguem abrir Mocímboa da Praia. Uma delegação de religiosos muçulmanos e cristãos que queria ir ao lugar para rezas durante a abertura da vila foi incapaz de se dirigir para lá.