ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Nesta carta vou falar sobre as origens da actual crise e em relação a expansão da NATO para o Leste, que teve iniciou em [90], durante o processo de reunificação das duas Alemanha; oriental com ocidental logo depois da queda do muro de Berlim em 19[89], também vou trazer as últimas noticias da situação naquela região do mundo.
De facto, muita coisa aconteceu nos últimos dias, infelizmente sem nenhum avanço concreto pelo lado diplomático. Por isso, a situação ainda é delicada pela parte dos exercícios militares eles prosseguem Rússia com as suas tropas perto da linha da fronteira com a Ucrânia. Exercício militar conjuntos também entre Rússia e Bielorrússia, pelo lado do país da Bielorrússia, a parte militar também segue, do outro lado, Ocidente os EU tem enviado tropas para países da NATO, destarte como armamentos, portanto, a situação ainda é bastante grave que causa preocupação em todos.
Pelo lado diplomático nenhum avanço concreto; houve reuniões semana passada entre o Presidente Emmanuel Macron com Vládimir Putin, na sequência, Macron teria dito que sim, o Presidente Putin ter-se-ia comprometido em que, não escalaria a situação, mas logo depois o Kremlin desdisse, que Macron havia afirmado. Realmente não tem havido evoluções pelo lado diplomático.
Eu vou voltar a esse ponto, porque a verdade parece haver um problema em que, um fala uma coisa, outro escuta, mas não entende nada e vice-versa. De facto, esse é um dos problemas as preocupações de cada um dos lados não estão sendo realmente entendidas. E esse é o motivo que faz com que, essa continue sendo a maior crise de segurança na Europa desde o fim da guerra-fria em [91] quando foi dissolvida a União Soviética [US].
Mas, voltando a origem do impasse, porque o que agente está vendo nesse momento é, também uma história sobre a detioração das relações entre Estados Unidos [EU] e Rússia, depois da queda do Comunismo em 19[91], essa é a grande história e é um pouco da origem do actual impasse.
E, se vocês me permitem eu quero começar trazendo uma afirmação do Vládimir Putin, que foi durante uma conferência de imprensa colectiva, após uma reunião que ele teve com o Primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, e nesse conferência de impressa, foi a primeira vez que Vládimir Putin, realmente deu a sua explicação bem detalhada, mas eu recomendo que vocês assistam na integra, porque realmente ele expõe todo o seu raciocínio e a sua motivação para a tensão actual. Então, siga o raciocínio do Vládimir Putin:
«Gostaria de explicar mais uma vez a lógica do nosso comportamento e das nossas propostas. Como você sabe recebemos promessas, de que, a infra-estrutura da NATO, não se moverá para o Leste nem um centímetro. Todos sabem bem disso! Hoje vemos onde a NATO está localizada: Polónia, Roménia, os Países Bálticos.
Ou seja, disseram uma coisa e fizeram outra; como nosso povo diz: eles trapacearam, eles simplesmente nos enganaram. Certo! Tudo bem! Em seguida, os EU retiraram-se do Tratado de Misseis Antibalísticos, por muito tempo, tentamos persuadi-los a não faze-lo. Este é um dos tratados de segurança fundamentais básicos do mundo, no entanto, os EU fizeram o que fizeram: retiraram-se unilateralmente e agora os lançadores de misseis de defesa estão localizados na Roménia e estão sendo criados na Polónia.
Eles, provavelmente serão criados em breve (na Polónia), se ainda não o fizeram. E há lançadores MK-41, nos quais os Tomahawk’s podem ser instalados. Ou seja, não é mais um antimísseis, mas sistemas de ataque que cobrirão nosso território por milhares de quilómetros. Isso não é uma ameaça para nós?!...
Agora, dizem eles o próximo passo é a Ucrânia, ela precisa ser aceita na NATO. Ouça o que tenho a dizer, com atenção! De facto, nos Documentos doutrinários da própria Ucrânia está escrito que eles vão devolver a Crimeia, inclusive por meios militares, eles não dizem isso apenas em público, mas está escrito em seus Documentos.
Vamos imaginar, que a Ucrânia é membro da NATO: está recheada de armas, existem sistemas de ataque modernos da mesma forma que na Polónia e na Roménia, que interferirão no acontecimento, e inicia operações na Crimeia, agora nem estou falando sobre Donbáss, este é território soberano russo a questão está encerrada para nós.
Imagine que a Ucrânia é um país da NATO e inicia essas operações militares. Devemos lutar contra toda a NATO? Alguém já pensou sobre isso? Parece que não!».
Examine bem as palavras do Putin. Realmente, ele se sente traído pelo Ocidente e mais especificamente pelos EU, porque promessas [garantias] foram dadas e não foram compridas no sentido do avanço da NATO no Leste em direcção as fronteiras da Rússia.
Atenção, nesta carta eu não quero falar sobre a visão do Putin, que para uns é um autoritário. A visão expansionista que a Rússia historicamente teve e ainda tem, mas isso é muito mais para entender um pouco da origem recente do actual impasse com relação ao papel e a expansão da NATO no Leste.
De facto, tudo começa para os russos e com razão em Fevereiro de [90], quando Mikhail Gorbatchev discutia com George.H. W.Bush, Presidente americano da época e o Secretário de Estado James Baker, sobre a reunificação da Alemanha Oriental, e segundo os Documentos comprovam, se o Gorbatchev cedesse a Alemanha Oriental e permitisse que ela fizesse parte da NATO, porque a Alemanha Ocidental já era parte da NATO, os EU não avançariam nem uma polegada em direcção ao Leste.
Promessa ou tratado, não foi uma garantia por escrito. Nada disso! Mas, sim foi uma promessa falada e temos alguns dos Documentos que registam isso, como alguns pronunciamentos de James Baker que diz exactamente o seguinte num dos parágrafos:
«Nós entendemos que a necessidade para garantias aos países do Leste, se nós mantivermos a presença na Alemanha, que já é parte da NATO não haveria nem uma sanção da jurisdição das forças da NATO em direcção ao Leste».
Ou seja, não haveria mais expansão aqui são palavras pronunciadas por Jemes Baker e claro que o Gorbatchev concordou naquele momento, a US ainda não tinha-se dissolvido, apenas a Alemanha estava se reunificando com Alemanha ocidental. Mas isso foi falado e desde então para os russos essa foi a promessa dada, que não haveria expansão da NATO em direcção ao Leste.
Por exemplo, tem um livro muito recente foi publicado no final do ano passado da Mary Elice Sarotte, que é uma historiadora e jornalista americana, e o livro é fantástico recomendo a leitura, ela escreveu sobre a queda do muro de Berlim. Ela viveu na Alemanha até durante esse momento e ela conta como esse é o iniciou do actual impasse e ali começou a detioração das relações dos EU com a Rússia, porque os dois lados, acabaram tendo atitudes [comportamentos], nos anos que se seguiram que contradissera o que eles estavam se comprometendo naquele momento em questões diplomáticas com relação a NATO e geopolítica na década de [90] pós guerra-fria.
Se vocês me dão licença eu vou colocar nesta carta uma conversa da Mary Saratte com Neil Ferguson autor famoso justamente sobre o livro dela, acompanhe: «feito de forma diferente com certeza, então a pessoa que realmente discorda de você é George Kennan, que chamou a expansão da NATO o maior erro estratégico da era pós-guerra fria ponto final. Eu tenho um argumento um pouco mais subtil. Argumentam que a expansão da NATO foi uma resposta razoável à geopolítica da época em que a Europa Central e Oriental tinham, é claro, bravamente jogado fora o jugo do autoritário soviético e eles queriam escolher sua própria aliança de segurança, que eles tinham o direito de fazer o que a NATO tinha de o curso expandiu no passado, então a expansão da NATO, não era irracional nem sem precedentes.
O problema com a nano expansão foi como aconteceu; aconteceu de uma forma que maximizou o atrito com Moscovo, durante o precioso degelo no final da guerra-fria e no livro eu conto isso, em grande detalhe. Agora, eu não acredito na monocausalidade, eu não discuto no livro que relações americanas e russas declinam apenas por causa da expansão da NATO, mas eu argumento que isso combinado com muitos outros factores fazendo esse pensamento crítico no final da guerra-fria para produzir uma linha do tempo muito sombrio em relação ao presente, o que estamos actualmente em uma maneira de pensar do livro é como uma ressignificação do fim da guerra».
Repare, aqui Mary Saratte, menciona o George Kennan, que é um dos diplomatas mais importante da história dos EU, durante o período da guerra-fria e ele foi embaixador dos EU, na US na década de [50], e ele é o teórico da estratégia de contenção; contenção em relação a US, que era preciso conter o expansionismo da US, seja por meios diplomáticos, preferencialmente políticos, mas até mesmo se necessário por meios militares. Mas era para conter o avanço da US
Continua.