Há pessoas, neste País, que estão acima da Lei. Uma dessas pessoas é Florindo Nyusi, o filho do Presidente da República. Sucede que, na madrugada de ontem, quinta-feira, o filho do Presidente, algures na Praça da OMM, Malhangalene, cortou prioridade a um automobilista, de nome Miguel Bila, e não parou.
A viatura de Miguel Bila capotou. Espatifou-se. Sorte é ele ter saído ileso. Mas já não tem viatura. Florindo, conduzindo uma viatura sem chapa de matrícula, meteu-se, a alta velocidade, pela Rua da Resistência e desapareceu. Esta rua, primeiro, é de sentido único, mas Florindo marimbou-se para isso e conduziu em contra-mão.
Minutos depois, sem que Miguel Bila tenha pedido nenhuma ajuda (ainda estava a recuperar-se do susto- que susto!), eis que aparecem carros de bombeiros e da Polícia com as habituais sirenes. Vinham em socorro de Florindo porque pensavam que fosse ele quem capotou. Aliás, os conhecedores das viaturas que conduzem os filhos do Presidente sabem que elas têm um mecanismo que acciona automaticamente em caso de qualquer acidente. E como o susto foi grande, o tal mecanismo disparou. Foi por via disso que os bombeiros e a Polícia foram alertados.
E foram os bombeiros e a Polícia que denunciaram Florindo. Claro que foi um acto involuntário porque pensavam que o filho do chefe é que teve problemas. Mas Florindo fugiu sem sequer ver se a confusão que criou foi grave ou não.
E Miguel, coitado, não foi socorrido pelos bombeiros. Mal viram que o filho do chefe não está ali, foram-se embora. Miguel continua a dançar aquela música que o povo dança quando se trata de injustiça. Na esquadra próxima o registo foi de que se tratou de um desconhecido que lhe cortou prioridade.
Safaram o Florindo! E se tivesse sido o Miguel a provocar o tal acidente?
Florindo, por favor, pague a viatura de Miguel. Ele é funcionário da Mediacoop. Portanto, sabe onde o encontrar. Pague a viatura e peça desculpas! A Polícia também tem que actuar. Ou é Polícia da Frelimo?!
PS: Isto sempre foi assim. Filhos dos Presidentes a enxovalhar o povo desprotegido. Esse mesmo Florindo, foi mandado embora na ATCM por mau comportamento. Recuando um pouco no tempo, vamos encontrar a figura do malogrado Nyimpine Chissano. Fazia e desfazia. Isto era dele. Até Carlos Cardoso chegou ao extremo de instruir os seus repórteres para nunca mais voltarem a contactar Nyimpine Chissano em virtude da sua mal-criadagem. Nyimpine, numa dada circunstância, distribuiu chapadas aos agentes da Polícia de uma determinada esquadra e partiu a máquina de datilografar. Ele estava a conduzir bêbado e foi parado pela Polícia sem saber de quem se tratava. Seguramente, foi levado à esquadra. Foi ai que a farra da impunidade começou. No dia seguinte, até a própria Polícia desmentiu que tal tenha sucedido. O “Metical” de Carlos Cardoso reportou isto e Nyimpine respondeu em “grande”!
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