Os agentes do Sernic, da brigada anti-raptos da cidade de Maputo, conhecidos por Chaúque, Maló, Zandamela, Simbine e Amós, raptaram no bairro do Jardim, no ultimo domingo, duas menores de idade com nomes de Amanda Mela e Shanaia Bino.
Tudo aconteceu às cinco horas da manhã de domingo quando os tais agentes do Sernic entraram numa residência no bairro de Jardim sem nenhum mandado e levaram as menores para parte incerta. Primeiramente queriam arrancar uma viatura que dizem estar registada em nome da menor (Amanda, a do vídeo), mas como não estava lá prenderam as menores.
Na segunda-feira, ligaram para o pai da tal Amanda Mela exigindo dinheiro de resgate. Ameaçaram-lhe que ele tinha comprado uma viatura que havia sido registada em nome da filha mesmo sabendo que ela era menor. É uma viatura que, segundo os tais agentes, serviu para raptar pessoas e que para “abafarem” o assunto queriam um milhão e meio de meticais.
O pai desligou o telefone na cara dos agentes e foi quando eles fizeram este vídeo e mandaram-lhe. Na mesma segunda-feira, eles soltaram a Shanaia Bino, mas mantendo a Amanda Mela. A família pressionou e eles acabaram por deixar a menor numa das esquadras da cidade.
Segundo fontes imbatíveis desta página, hoje a menor vai ser apresentada a um juiz de instrução já com uma nova acusação “fabricada” pelos agentes do Sernic: está envolvida nos raptos. Quer dizer, de raptada virou raptora.
PS: Enquanto isso, o proprietário da Al-Maid, uma empresa de segurança, que se encontra detido em conexão com o recente escândalo das Alfandegas, está a ser associado ao crime de raptos porque uma das suas residências serviu de cativeiro, disse uma fonte da Procuradoria. Mas há quem diga que ele só arrendou a casa para desconhecidos.
A Procuradora-Geral da República, a senhora Beatriz Buchili, alertou, esta semana para “infiltração de criminosos no seio da Polícia”. Nada de novo. Isto todo mundo sabe. Pois bem: ela exigiu novos mecanismos para a selecção de membros da corporação.
“Estamos preocupados com a infiltração de criminosos no nosso seio. Não podemos continuar a ter casos de assaltos à mão armada, raptos, violações, perpetradas por alguns indivíduos que ingressam no Serviço Nacional de Investigação Criminal [Sernic]”, disse Beatriz Buchili, durante a reunião anual entre as duas entidades ocorrida esta semana em Maputo.
Moçambicanos: os raptores são da Polícia. Todo mundo sabe disso. Agora o que fazer?
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