A petrolífera Exxon Mobil anunciou que pode tomar uma decisão final de investimento em Moçambique, quando a francesa Totalenergies levantar a cláusula de “força maior” que activou para suspender o seu projecto de gás natural no norte do país africano, disse à Lusa fonte do Governo moçambicano.
De acordo com a mesma fonte, a informação foi prestada pelo vice-presidente da Exxon Mobil para África, Walker Keinsteiner, durante um encontro em Washington com o ministro da Economia e Finanças moçambicano, Max Tonela, numa declaração sobre o tema: “Vamos retomar o processo da FID [sigla inglesa de decisão final de investimento], logo que haja o levantamento da declaração de força maior”.
No mesmo encontro, a Exxon manteve a ideia de que o desenvolvimento dos projectos de gás natural em Moçambique é uma “prioridade”, manifestando satisfação com os progressos registados no combate aos grupos armados na província de Cabo Delgado, norte do país, com reservas de gás que estão entre as maiores do mundo.
De acordo com a mesma fonte do Governo moçambicano, o vice-presidente da Exxon Mobil para África assinalou que os avanços conseguidos pelas forças conjuntas de Moçambique, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e Ruanda no combate aos grupos armados que protagonizam ataques no norte do país, transmitem confiança para a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento dos projectos de gás natural.
“Isto dá-nos confiança, estamos satisfeitos e estamos encorajados”, disse, citado pela mesma fonte.
No mesmo contexto, Walker Keinsteiner expressou ainda optimismo sobre a perspectiva de regresso das populações obrigadas a fugir das suas zonas de origem nos distritos afectados pela violência armada.
Max Tonela encontra-se em Washington para participar nas Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), tendo previstos encontros com personalidades de instituições financeiras internacionais e do mundo dos negócios.
Os projectos de gás natural da bacia do Rovuma, norte do país, conheceram um revés em Março de 2022, quando a petrolífera francesa Totalenergies evocou a cláusula de “força maior” para suspender o seu investimento de mais de 25 mil milhões de dólares na zona, o maior em África, na sequência de ataques armados na região.
Também no Rovuma, a Exxon Mobil lidera um consórcio que vai produzir gás natural, mas ainda não tomou a decisão final de investimento.