Governo e patronato dizem ser o aumento possível, mas sindicato afirma que valor está longe de satisfazer o cabaz alimentar mínimo
O Governo moçambicano aprovou nesta terça-feira, os novos salários mínimos a vigorar para cada um dos nove sectores de actividades da economia.
Enquanto os trabalhadores se desesperam ante ao aumento do custo de vida, o Executivo diz que os reajustes foram os possíveis perante a conjuntura económica.
Os novos salários mínimos nacionais, que passam a vigorar a partir de de Maio, registam aumentos que variam de 190 Meticais (três dólares), a 931 Meticais (cerca de 16 dólares).
Com os reajustes, os trabalhadores do sector da pesca de kapenta, um dos peixes com algum peso na indústria pesqueira, continuam com o salário mínimo mais baixo, que passa para o equivalente a 71 dólares mensais, enquanto os trabalhadores dos bancos e seguradoras detêm os ordenados mínimos mais elevados, 14.340 Meticais, o equivalente a 224 dólares.
Os novos salários mínimos foram aprovados pelo Conselho de Ministros, que reconhece que estão aquém das espectativas dos trabalhadores.
Custo de vida em Moçambique tende a agravar
"Estes valores não são, com certeza, os que ansiamos, mas são os possíveis, face à actual conjuntura da economia nacional", disse Filimão Swaze, porta-voz do Executivo.
Para os trabalhadores este reajuste é, mais uma vez, uma gota nas contas do custo de vida.
André Mandlate, secretário-geral da Central Sindical dos Trabalhadores Moçambicanos, diz que o ideal seria que o ordenado mais baixo fosse suficiente para satisfazer o cabaz alimentar mínimo, avaliado em 30 mil meticais, o que equivale a 470 dólares.
O patronato, por sua vez, diz estar ciente de que o que foi aprovado terá pouco impacto no bolso do trabalhador, contudo, salienta que a situação actual das empresas não consegue ir além do que foi fixado.
VOA – 26.04.2022