Daqui a dois meses, caso não haja mudanças profundas, Moçambique pode fechar as portas. Não tem dinheiro! Caiu, como se diz em linguagem vulgar! Como é que chegámos até aqui, perguntem a Frelimo. Aliás, a oposição parlamentar teve, esta semana, o privilégio de fazer perguntas ao Governo na Assembleia da República, mas não aproveitou, cabalmente, essa oportunidade. Centrou-se em minudências e o essencial ficou por questionar.
Todavia, essas dificuldades que o País tem, apesar de escandalosas, só podem surpreender aos incautos, pois nenhum analista, minimamente sério, poderia esperar outra coisa de Filipe Nyusi, desde que ele chegou, sabe-se lá porque vias, ao poder!
Ontem, a Associação Moçambicana das Empresas Petrolíferas (AMEPETROL) disse que quer o aumento dos preços dos combustíveis em menos de um mês. Defende-se dizendo que os actuais preços não reflectem o custo dos produtos no mercado internacional. Portanto, o gasóleo passaria dos actuais 71 para 96 meticais, enquanto que a gasolina, que custa actualmente 77 meticais, passaria a custar 114 meticais. Agrava-se a isto, o facto de o Estado estar a dever às petrolíferas 120 milhões de dólares.
Não é preciso detalhar que caso haja esse agravamento do preço dos combustíveis, o País estará de pernas para o ar, pois é, sobejamente, do conhecimento de todos os moçambicanos. Tal, só para elucidar, vai desembocar no aumento do preço do “chapa”, do pão, da couve, da água, de tudo. Moçambique pode, sem muita resistência, fechar as portas!
Por outro lado, temos o problema dos hospitais que andam sem medicamentos. O Governo, em sua defesa, diz que é por causa da pandemia de Covid-19 (falta de açúcar também é devido à Covid-19?!). Ademais: o Executivo não tem dinheiro para concluir a construção do Hospital Geral de Nampula, que devia ter sido concluído há três anos. Diz que está à procura de fundos para o efeito. Estamos a falar de qualquer coisa como 12 milhões de dólares!
Este País, um dos mais pobres do mundo (ou empobrecido pela Frelimo?), tem tudo a andar mal: estradas esburacadas (se é que elas existem), crianças que estudam ao relento, as que têm a sorte de ter uma sala de aula, sentam no chão, enquanto a nossa madeira é vendida, a preço de banana, aos chineses, pelos camaradas. As últimas chuvas destaparam a nossa pobreza: estradas cortadas, pontes caídas, hospitais destruídos.
É verdade irrefutável que nunca vamos evitar que a chuva faça estragos. O que interessa saber, agora, é o que o Governo da Frelimo tem feito para evitar que quando a chuva cair fortemente as consequências não sejam desastrosas. Nós não podemos sentir conforto quando nos dizem que somos um País pobre, como se isso fosse uma condenação à vulnerabilidade. Há que lutar, que arregaçar as mangas. Mas isto está visto que com a Frelimo no poder, é difícil de alcançar.
E essa coisa de insistir nos conteúdos em voga de “mudanças climáticas”, não é mais do que desesresponsabilizar o Governo da Frelimo. Nós nunca vamos controlar a natureza, mas podemos minimizar os estragos que a natureza tem causado ao nosso belo Moçambique; coisa que a Frelimo, em quase 50 anos, nunca conseguiu fazer.
Aí está, mais uma vez, o resultado de se colocar sapateiros em lugares estratégicos para o funcionamento deste País, o resultado de improvisação, o resultado da falta de visão de longo prazo, o resultado da falta de planificação e da consistência organizacional interna no seio da Frelimo.
Fortunas são drenadas à sorrelfa para alimentar os camaradas e depois dizem que o País não tem dinheiro. Eles têm casas até para as amantes; os seus filhos, que nunca trabalharam em lugar algum, são empresários de sucesso; andam de altas máquinas, distribuem dinheiro entre os amigos da ocasião, casam no Dubai…são príncipes de um País esfomeado; um País-mendigo. Quer dizer, o País ajoelha-se aos doadores para pedir esmola e quando é dado, em nome de todos os moçambicanos, depois é dividido, antes que chegue aos cofres públicos, entre um punhado de camaradas bem identificado!
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