DESENVOLVER CABO DELGADO EM SITUAÇÃO DE GUERRA: QUEM PÕE O GUIZO AO GATO?(3)
Por Francisco Nota Moisés
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No segundo artigo, ou seja no no artigo anterior, sobre DESENVOLVER CABO DELGADO EM SITUACAO DE GUERRA:QUEM POE O GUIZO AO GATO, falei do senhor Peter Ighofose, um ghaneano que sobreviveu a desumanidade da Frelimo e presenciou os crimes da masmorra maputeca de Machava (The Times, London, The Terror of Maputo Prison, 22 May 1988). Tinha guardado o corte do artigo do jornal londrino ate que os tokoloshes (espíritos malignos da Africa austral equivalentes a jinnis que fazem estremecer a gente do litoral da Africa oriental) vieram mo roubar. Piada fora, perdi-o seja no Quénia (Kenya) ou seja aqui em Burkina Faso onde agora vivo aconchegado e como praticante assíduo do Santo Islão e com uma grande distância entre mim e os impiedosos terroristas da Frelimo. Mas a separação não quer dizer que estou inteiramente livre do alcance terrorista da Frelimo. Como um preto ordinário, sempre activo a minha defesa vuduica e também conto com a proteção dos espíritos dos meus antepassados que sempre me protegeram contra os espíritos malignos frelimistas.
No artigo anterior não pude dizer tudo sobre o senhor Peter Ighofose que tinha jurado dedicar o resto da sua vida para denunciar a Frelimo e os seus crimes contra a humanidade, mas de quem não se ouviu mais depois da sua denúncia da Frelimo. Mas a sua denúncia da Frelimo à Amnestia Internacional causou choques nos corredores da organização humanitária e forçou aquela organização a enviar uma delegação para protestar junto do barbudo e carecudo Chissano em Maputo.
Segundo o artigo do jornal londrino, Peter Ighofose vivia no Reino Unido e estava casado com uma escocesa. Era pescador. Antes de cair na infelicidade de que já me referi, esteve em Mombasa, Kenya, antes de descer para o sul no seu barco para apanhar camarão no alto mar da costa de Moçambique onde o seu barco teve uma avaria que o forçou a se dirigir a Maputo para conseguir ajuda para resolver o problema. Mas em Maputo foi detido e acusado de roubo do camarão moçambicano.
Na prisão de Machava, houve um guarda que teve pena dele visto que sabia que dia a mais ou dia a menos a Frelimo ia matá-lo. O guarda abriu a porta e disse lhe para sair e ir se embora. Ele fugiu para a Suazilândia donde viria a partir para o Reino Unido onde denunciou os crimes da Frelimo à Amnestia Intenacional como reportou o jornal londrino.
Agora quanto a Nyusi, o jagunço anda estremecido com receio de que as forças estrangeiras que ele recrutou não querem lutar contra os insurgentes e irão se retirar um dia. Sabendo que as suas forças não querem lutar contra os rebeldes e depois do recuo dos homens armados estrangeiros, o seu exército debandará como aconteceu com o falecido exército do Vietname do Sul depois da retirada dos americanos ou como aconteceu com o exército fantoche afegão quando os americanos se retiravam. Os fantoches afegãos deitavam as suas armas e uniformes para se camuflarem entre civis e abandonavam vilas e cidades ao ouvirem que os talibanes se aproximavam em vez de defende-las até que os talibanes entraram triunfantes em Cabul com as suas barbas divinas a flutuar no ar e sem sorrisos.
O bandido Nyusi sabe que uma sorte igual lhe aguarda. Passa mal as noites. Os seus curandeiros não lhe aliviam o medo. Dai que anda enlouquecido à procura de tropas estrangeiras para combater os rebeldes e salvaguardar o regime da Frelimo. Mas os dias parecem estar contados para ele e para a sua Frelimo. E ninguém chorará por eles, excepto a jagunçada da Renamo de Ossufo Momade.