Este artigo terá duas partes bem diferentes. A primeira será concreta, na qual busco traçar um panorama a partir da minha experiência pessoal, principalmente no que toca aos fundos relativos a Moçambique – tanto em Portugal quanto em Moçambique – durante o período colonial (século XX) e também o primeiro período pós-colonial, de 1975 até 1995, respetivamente a independência de Moçambique e a saída da Onumoz1 deste país depois da robusta intervenção para organizar as primeiras eleições livres ao sair da guerra civil. Com efeito, do meu ponto de vista, a guerra civil moçambicana (1976-1992) também pode ser analisada como uma guerra dentro do processo de descolonização, que não acaba a 25 de junho de 1975, data da independência formal. A segunda parte será uma reflexão sobre alguns aspetos da minha prática nos arquivos coloniais e pós-coloniais. Cabe ressaltar que esta segunda parte vai ser complementar a uma intervenção que já tinha apresentado no IV Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica, organizado pela Dra. Maria de Lurdes Henriques, do Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo, que sediou este evento da Associação Latino-Americana de Arquivos (24-28 de outubro de 2005). A minha comunicação fora sobre o tema “Arquivos coloniais, arquivos colonialistas? Riqueza e crítica das fontes. O caso dos arquivos da PIDE/DGS e dos SCCIM”2.
Leia aqui Download Utramar [Do] ao pós colonial _ Michel Cahen