RESUMO DA SITUAÇÃO
Os insurgentes continuaram a atacar alvos fáceis na semana passada, principalmente em Meluco, mas o ritmo dos ataques abrandou significativamente, possivelmente porque os grupos consomem os abastecimentos que têm mantido a sua ofensiva desde o primeiro ataque em Ancuabe a 5 de Junho.
O maior ataque da semana passada viu insurgentes atacarem uma posição das forças de segurança em Pundanhar, no distrito de Palma, com morteiros, o que é notável, já que os insurgentes passaram as últimas semanas aparentemente tentando evitar confrontos diretos com os militares. Pundanhar tinha sido anteriormente liberta de insurgentes pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) e Forças de Defesa de Ruanda (RDF) em Fevereiro deste ano.
Segundo um consultor de segurança, o assalto foi lançado sobre uma posição da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia moçambicana nas primeiras horas de 9 de Julho, surpreendendo os oficiais, obrigando-os a recuar e deixar para trás armas e equipamentos. O tamanho da força de ataque não é conhecido, mas uma fonte de segurança afirma que de 80 a 100 membros da UIR fugiram. O serviço de notícias online Pinnacle News informou que os soldados que chegaram à vila de Palma vindos de Pundanhar alegaram ter sido esmagados por forças superiores após intensos confrontos. O Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque, dizendo através de seus canais de comunicação social a 11 de Julho que havia apreendido armas e queimado o “quartel” depois de os soldados terem fugido. O EI também publicou fotos de armas, munições, explosivos e outros equipamentos diversos supostamente capturados em Pundanhar.
Os insurgentes lançaram com sucesso um ataque semelhante a uma posição das FDS em Mandimba, Nangade, na semana passada, apreendendo um estoque significativo de armas, munições e equipamentos. Esses ataques podem refletir uma mudança estratégica nas operações dos insurgentes à medida que eles se con[1]centram em militares e policiais para reabastecer com material - e podem ter contribuído para sua capacidade de realizar o maior ataque a posições em Pundanhar, que pode ser o maior ataque desse tipo desde que as tropas ruandesas e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) chegaram a Moçambique no ano passado.
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