AS MENTIRAS DE HÉLDER MARTINS SOBRE A HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE E SOBRE O PADRE MATEUS GWENJERE (2)
Por Francisco Nota Moisés
"QUANTO A PADRE MATEUS GWENJERE, esse outro grande dos terroristas da Frelimo vomitou muita coisa. Nunca jamais houve um oponente que foi mais ousado contra o colonialismo português do que Gwenjere, razão porque era constantemente convocado para ser interrogado pela PIDE. Somente o preto Gwenjere é que teve a ousadia de dizer a um chefe da PIDE em Caia que lhe perguntou se ele era português. Gwenjere lhe respondeu dizendo "quando é que combinamos que sou português?"
Depois de ouvir Hélder Martins dizer que os Barués eram de Tete, duvidei a minha própria inteligência visto que não estive certo se estive a sonhar ou a ouvir a verdade depois de me ter convencido que os Barués residiam na província de Manica ou se o que acabava de ouvir da boca do Martins era uma fantasia dum fidalgo errante como o louco Dom Quixote de La Mancha que imaginava muitas coisas que não tinham nada a ver com a realidade. Logo consultei o Internet para pesquisar sobre os barués. Respirei bem depois de me assegurar que estive correcto depois de confirmar que os barués são da Manica e não de Tete, segundo a deturpação se Hélder Martins.
Como disse nas minhas considerações anteriores, o que Hélder Martins disse sobre o Gwenjere é muito crasso e mesmo criminoso. Os grandes dos terroristas da Frelimo dizem que ele foi agente da PIDE para tentarem justiçar o crime hediondo que cometeram por o ter morto sem justificação e sem uma acusação formal num tribunal de justiça como também fizeram com dezenas de milhares doutros moçambicanos.
Gwenjere não causou nenhuns problemas na Frelimo e nem no Instituto Moçambicano. Quando ele ingressou na Frelimo, ele encontrou os problemas que a má gerência de Eduardo Mondlane com outros grandes da sua tribo changana tinham causado. Tais problemas e desentendimento na Frelimo fizeram com que Mondlane corresse com os homens que fundaram a Frelimo em 1962 enquanto ele vivia na América e foi trazido para liderar a Frelimo na Tanzânia por Julius Nyerere que era um inimigo jurado da liberdade e democracia.
Mondlane não fundou a Frelimo como os grandes dos terroristas da Frelimo propagam ou ele próprio poderia ter dito. A sua má liderança fez com que aqueles que foram vitimas da sua ditadura desde a primeira hora fossem fundar o Comité Revolucionário de Moçambique (COREMO) em Lusaka na Zâmbia, com que o Manu dos macondes que com Udenamo tinham fundado a Frelimo se desengajasse da Frelimo e com que Baltazar Chagonga da Unami fugisse e se entregasse aos portugueses em Zobué no dia 10 de Junho de 1965.
Quando Gwenjere chegou na Tanzânia encontrou a Frelimo em convulsão por causa do desgosto que os militantes nutriam contra Mondlane que toda a gente dizia que era da PIDE e membro da CIA americana.
Foi aquando da viagem do Gwenjere com Uria Simango a Nova Iorque onde o Gwenjere fez um discurso na Assembleia Geral que forçou o embaixador português a se retirar da sala. De acordo com Gwenjere, o seu discurso foi uma bomba que fez com que o representante português fugisse, mas o lado português disse que o representante estava desgostado por ver que a assembleia geral tinham admitido um porta-voz dos terroristas de Moçambique vindos da Tanzânia.
Gwenjere disse que durante a viagem, Simango lhe revelou que a situação não estava bem na Frelimo e que a organização tinha assumido um caracter duma organização terrorista. E na verdade a Frelimo se tinha tornado numa organização altamente terrorista depois do assassinato de Felipe Magaia que os militares e militantes adoravam. Os dois concordaram que eles deviam se unir para lutarem contra a má liderança de Mondlane até acabar com os problemas que assolavam a Frelimo com crimes hediondos contra a humanidade. E na verdade o terrorismo assombrava a Frelimo visto que os seus grandes no poder mandavam matar pessoas sem razões.
Mas Uria Simango não era um individuo sério. Era um homem inconstante. De regresso a Tanzânia, ele foi dizer a Mondlane para se acautelar do Gwenjere que num abrir e fechar de olhos era considerado como a voz dos sem vozes na organização terrorista da Frelimo. Sem Simango, Gwenjere empreendeu a luta para desfazer a liderança e libertar a Frelimo das garras sanguinárias dos líderes que a dirigiam. O ano de 1968 abalou os dirigentes terroristas da Frelimo.
Obviamente, Mondlane, que estremecia perante Gwenjere que era um homem que não tinha medo de ninguém e conhecia a língua portuguesa melhor do que ninguém na Frelimo, não tinha pensado que Gwenjere iria liderar a revolta contra a sua chefia. Para além de dizer que ele não gostava do comportamento do Gwenjere, Mondlane nunca disse ou insinuou que Gwenjere era um agente da PIDE.
Ninguém podia pensar que Gwenjere era agente da PIDE.
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