RESUMO DA SITUAÇÃO
A violência insurgente continuou a sua tendência de visar comunidades desprotegidas e geograficamente díspares numa ampla frente da região de Cabo Delgado na semana passada, embora a um ritmo um pouco mais lento. Foram confirmados ataques nos distritos de Ancuabe, Quissanga, Nangade e Meluco. A ameaça de ataque insurgente aumentou as tensões ao ponto de as forças de segurança em Mocímboa da Praia terem aberto fogo contra dois civis, matando um, por violarem as restrições do recolher obrigatório.
A 26 de Junho, insurgentes atacaram a vila de Mihecane em Ancuabe pela segunda vez em três dias, matando pelo menos um homem, que alegadamente tinha problemas de saúde mental. Um consultor de segurança afirma que até três pessoas podem ter sido mortas, incluindo uma mulher grávida, e várias casas incendiadas, obrigando os civis a fugir da aldeia. Diz-se agora que a Força de Defesa de Ruanda encontra-se destacada no distrito.
Dois dias depois, a aldeia de Quissanga 2, a cerca de 60 km a oeste da sede do distrito de Quissanga, foi palco de uma emboscada onde foram alvejados um minibus e um Toyota Canter. Relatos locais sugerem que pelo menos um passageiro foi morto e o motorista de um dos veículos ficou ferido no pé. Alguns acreditam que os militares podem estar por detrás do ataque, uma vez que os soldados foram alegadamente vistos a consumir álcool nas proximidades do ataque naquela manhã. Os meios de social do Estado Islâmico (EI), no entanto, reivindicaram o crédito por atacarem uma vila chamada Quissanga naquele dia, embora a declaração não mencione a emboscada de nenhum veículo. Em vez disso, afirma que os militantes entraram na aldeia, queimaram várias casas e se retiraram.
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