Introdução
Moçambique possui uma história permanentemente cruzada com outros povos provenientes do Sul e do Norte de Africa, da Ásia e finalmente da Europa. Portugal foi a última potência a ocupar militarmente o território e a primeira e única que implantou uma administração «moderna», sensivelmente nas actuais fronteiras que foram definidas, em última instância, pelas grandes potências europeias na Conferência de Berlim, em 1884/85. E a partir dos fins do século XIX que se concretiza a ocupação efectiva do território. Pode-se considerar que foi nos principio deste século que a administração portuguesa ocupou todo o território e que se concretizou, na sua plenitude, a penetração do capitalismo.
O processo histórico dos povos de Moçambique foi assim influenciado pela presença, quase sempre com o apoio da violência, por sistemas políticos, económicos e culturais diferentes que alteraram, as evoluções «naturais» dessas sociedades. A chegada de outras culturas e sistemas de produção, sobretudo quando foram impostos militarmente e implantados como dominantes por uma administração estrangeira, provocaram processos de resistência/ integração dos quais nem sempre resultaram sociedades e economias-sínteses. As sociedades e economias são caracteriza10 das por múltiplos tipos de dualismos, simultaneamente delimitados e com fronteiras difusas e onde prevalecem mecanismos de interdependência e/ou de subordinação em favor de uma das partes. Estes processos foram semelhantes quando se tentou aplicar modelos económicos e de sociedade depois da independência, como aconteceu com a experiência «socialista», e com o Programa de Ajustamento Estrutural que em Moçambique se designou por Programa de Reabilitação Económica.
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