No périplo deparei-me com este áudio de 1961, em mp3 muito interessante, escute com muita atenção. Duas intervenções, o evento deu-se em Hlamankulo, Paróquia do Rev. Zedequias Manganhela:
A primeira é do Rev. Gabriel Macave que, no seu xithokozelo - poesia, recebe e agradece o Dr Eduardo Mondlane, dá-lhe a força e sabedoria, faz entender das espectativas que dele esperam.
A segunda, temos o próprio Eduardo Mondlane, temos ouvido a parábola da águia mas, o que me mais interessou, é a humildade do seu discurso, começa dizendo Mbilu yanga yi tala hiku tsaka ngopfu - o meu coração alegra-se o bastante - .
Sabendo da presença da PIDE no local, exorta para que não se preocupassem porque o discurso estava sendo gravado para permitir a fiabilidade.
Sente-se constrangido pelos elogios e agradecimentos porque eles mesmos são os que merecem, agradece a partir do Azarias Muhlanga que lhe tirou da pastagem para a escola dominical, aprendeu a escrever em tsonga e, dali avançou para os demais circuitos. Fala das suas experiências da vida estudantil e percebeu que, de facto, somos todos inteligentes e capazes, a diferença é apenas da côr da pele mas o sangue que corre nas veias é o mesmo. Fala de como foi expulso da universidade da África do Sul devido à sua inteligência, pode-se entender neste discurso que, os estatutos do movimento de libertação (FRELIMO) que veio a fundar é fruto das experiências por si vividas. Oportunidade para todos, sem diferença de raça ou origem étnica.
(Retirado do WhatsApp)