Resumo
A 19 de Outubro de 1986 o jornalista, académico e analista político Aquino de Bragança morreu com o presidente Samora Machel e outras 33 pessoas no desastre do avião presidencial em Mbuzini na África do Sul. A memória da sua argumentação estimulante e do seu interesse na investigação levou um grupo de antigos alunos e colaboradores a convidar em 2009 para um simposium que estava centrado na sua pessoa e condições de investigação científica. Tendo sido convidado, o autor tenta reconstituir, baseado em escassas memórias pessoais do período 1978 -1985 e outras fontes, a base fenomenológica da epistemologia de Aquino guiado pela dúvida metodológica, o seu enquadramento em investigações históricas e sociais na década dos anos 80. Nas reminiscências pessoais identifica alguns temas que o interessaram e bases do seu interesse científico. Como comunicador oral Aquino era muito mais aberto do que as suas publicações, sinal que ele também, sentia o peso de estratégias políticas partidárias e paradigmas, conceito tratado com algum detalhe. Falta de tempo para analisar e escrever deixaram incompletas as investigações de Aquino sobre as lutas de libertação em África e a história social de Moçambique.