Construído sobre terrenos onde antes havia uma praia.
Carlos Mendes, que concebeu o actual Bazar de Maputo, inaugurado em 1903.
De seu nome completo Carlos Augusto José Mendes, nasceu perto da cidade de Aveiro a 13 de Agosto de 1869, no Cojo, filho de um empregado da Alfândega e de uma padeira. Era gente muito pobre.
Apesar de inúmeras dificuldades materiais, o seu enorme talento artístico impeliu-o a matricular-se na Academia Portuense de Belas Artes, em Arquitectura Civil, em 21 de Outubro de 1889.
Aí frequentou também Escultura, Desenho Histórico e Pintura, tendo sido companheiro de estudos dos que viriam a ser os tão conhecidos aveirenses, arquitecto Jaime Inácio dos Santos e escultor José Maia Romão Júnior.
A grande pintora portuguesa Aurélia de Sousa foi sua contemporânea na Academia.
Carlos Mendes foi primeiro 2° prémio do concurso “Soares dos Reis”, com um projecto de “invenção de arquitectura civil”.
Nos arquivos da Academia Portuense de Belas Artes há notícia de Carlos Mendes, como aluno, ate 31 de Agosto de 1894 [tinha 25 anos].
Em 1908 [38 anos] , publicou um anúncio no jornal aveirense “Democrata”, oferecendo-se como professor de desenho e pintura e projectista de arquitectura.
Outro aspecto do Bazar. Construído sobre terrenos onde antes havia uma praia, o trabalho de aterro aqui nunca foi adequadamente feito, por não ter sido nivelado com a "ilha" em frente. O resultado é que sempre que chove copiosamente, a zona inunda.
Foi o primeiro Comandante dos Bombeiros Novos de Aveiro, de 1 de Dezembro de 1909 até Outubro de 1913.
O primeiro quartel [dos Bombeiros de Aveiro], feito de raiz, de sua autoria, começou a ser construído em 1920.
O desenho do auto de posse da Primeira Comissão Municipal Administrativa Republicana é de sua autoria.
Carlos Mendes foi chefe da repartição das Obras Municipais da Câmara de Aveiro, merecendo, conforme registos em actas camarárias, desde a mais violenta censura até ao mais rasgado elogio, como funcionário, como arquitecto e como cidadão.
Tentou a sua sorte nas Colónias e deixou em Lourenço Marques, hoje Maputo, talvez a sua obra arquitectónica mais impressiva: o Mercado Municipal desta cidade moçambicana é de sua autoria, constituindo visita obrigatória para os estudantes de arquitectura da África do Sul.
Veio a morrer em Aveiro, aos 25 de Maio de 1922 [com 52 anos de idade].
(Recebido por email)