O Senegal assinou um acordo com rebeldes do sul do país que se comprometeram a depor as armas e a trabalhar para uma paz permanente em uma das mais antigas rebeliões activas de África.
O líder rebelde Cesar Atoute Badiate, chefe de uma unidade do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC), e um emissário do Presidente senegalês Macky Sall assinaram o acordo de paz na Guiné-Bissau.
Sall tinha feito de uma "paz definitiva" na região de Casamança uma das prioridades do seu segundo mandato.
"Quantas pessoas morreram, (foram) mutiladas ou deixaram a sua aldeia? Vamos acompanhá-lo na busca da paz", disse o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló durante a cerimónia de assinatura.
Embaló, que é também chefe da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), acrescentou: "Posso assegurar-vos que seremos os garantes deste acordo".
O documento assinado permanece, por enquanto, confidencial.
Casamança, a região mais a sul do Senegal, está quase separada do resto do país pelo minúsculo estado da Gâmbia. Tem uma cultura e uma língua distintas derivadas do seu passado como antiga colónia portuguesa.
O MFDC tem liderado uma campanha separatista de baixa intensidade desde 1982 que já ceifou vários milhares de vidas.
Mas o conflito esteve na sua maioria adormecido até que o Senegal lançou uma grande ofensiva no ano passado para expulsar os rebeldes.
VOA – 05.08.2022