Nangade continua a atribuir nota negativa
A população de diversas aldeias e da sede distrital de Nangade, norte de Cabo Delgado, continua a classificar negativamente o desempenho das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique e elementos da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM).
Para a população local, várias são as situações que fazem com que a classificação seja bastante negativa, particularmente pelo facto de os terroristas continuarem a circular e a protagonizar ataques, raptos e a roubar mantimentos nas barbas de elementos das FDS e da SAMIM.
Fala-se da presença de tantos militares equipados com material bélico e tecnologia, mas, no terreno, poucos são os sinais da efectiva melhoria das condições de segurança e defesa da população.
A nível da SAMIM, o distrito de Nangade é coberto pelas tropas da República da Tanzânia e do Lesotho. Nisto, na recente visita à tropa estacionada em Nangade, a ministra do interior da Tanzânia ouviu reclamações da população local sobre a fraca operatividade dos militares do país de Samia Suluhu.
De acordo com fontes locais, a ministra não deu respostas objectivas às reclamações da população, mas terá prometido que esforços seriam redobrados para garantir que os terroristas sejam expulsos de Nangade, de Moçambique e da região da SADC.
Por causa da prevalência do cenário de insegurança, os produtores e proprietárias de diversas áreas cajuícolas não têm como manter a produção, pois os cajueiros necessitam de pulverização para garantir bons níveis e a qualidade de produção.
Nisto, o mediaFAX soube que as aldeias mais afectadas em relação à produção cajuícola incluem Mandimba; Rovuma; Chacamba; Nova Família; Malamba; 3 de Fevereiro; 25 de Setembro; Namiune e, ainda, Muangaza. A lista integra, igualmente, Unidade; Nang’omba; Mbuide; Chianga; Samora Machel; Litingina; Ngangolo, assim como Chicuaia Nova e Velha.
Por outro lado, a população local anda com muitas suspeitas sobre a real identidade dos atacantes. Muitas pessoas dizem que alguns ataques estão a ser protagonizados por militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e por agentes da Unidade de Intervenção Rápida estacionados no distrito.
Fala-se até de elementos das Forças Armadas e agentes da UIR que terão sido abatidos por tropas ruandesas, em cenários de perseguição pós ataques às regiões de Litandacuwa, Nkoe e nas machambas de Nguida.
“Quando a força ruandesa perseguiu, os abatidos estão vestidos fardamento de UIR” – apontou uma fonte local de Nangade.
Numa altura em que os ruandeses são os eleitos, do ponto de vista de demonstração de resultados, a população tem estado a pedir que haja troca, passando o distrito a estar sob alçada e protecção dos soldados de Paul Kagame.
MEDIA FAX – 18.08.2022