Distrito de Nangade
Uma posição da Uni[1]dade de Intervenção Rápida (UIR) foi atacada e assaltada por insurgentes, na sexta-feira, na aldeia de Litingina, distrito de Nangade, norte de Cabo Delgado.
É mais um assalto a uma posição daquela que é uma unidade de elite da Polícia moçambicana, treinada e especializada no combate ao terrorismo, que grassa particularmente a província de Cabo Delgado já lá vão cerca de cinco anos.
Informações preliminares não falam de mortos, mas apontam para o abandono da posição por parte dos elementos da UIR, o que propiciou vandalização do acampamento e roubo de mantimentos e material bélico. Do ataque, fala-se de um blindado das forças do Lesotho, integradas na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique, destruído.
Há pouco mais de 30 dias, outros ataques semelhantes tiveram lugar no mesmo distrito [Nangade], mas também em Phundanhar, distrito de Palma, e Chitoyo, em Mocímboa da Praia.
Segundo se sabe, ataques a unidades das Forças de Defesa e Segurança (FDS) tinham sido estancados desde que iniciaram as operações das forças estrangeiras que estão em apoio às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, mas há pouco mais de trinta dias retornaram, com cada vez maior ousadia dos grupos que actuam numa base de extremismo islâmico.
Em algum momento, o regresso dos ataques a unidades das Forças de Defesa e Segurança é relacionado à busca por mantimentos e material bélico, que supostamente têm estado a escassear nos grupos atacantes.
População que regressava surpreendida
O ataque à posição da Unidade de Intervenção Rápida em Litingina, sensivelmente 10 quilómetros da sede de Nangade, encontrou as populações que tentavam regressar à aldeia desprevenidas. Muita gente que antes estava acolhida nos centros de deslocados de Ntoli, Mualela, Muade e Ntamba, estava já em Litingina.
Aliás, segundo fontes locais, algumas até tentavam reatar algumas actividades culturais, como forma de esquecer um pouco o “assunto guerra”.
Ainda daquela região chegam indicações de que a UIR, assim como outras unidades das Forças Armadas de Moçambique e da SADC distribuídos por Nangade, não conseguem parar o à vontade com que agem os terroristas.
Nisto, surgem acusações de que as Forças de Defesa e Segurança mostram maior preocupação com questões supérfluas e de ganho próprio, a exemplo da verificação das trouxas que circulam de um canto para o outro.
E neste processo, muita gente é obrigada, sem razão nenhuma, a oferecer o chamado “refresco para os chefes”. Há ainda indicações de no mesmo dia, 19 de Agosto corrente, seis pessoas terem sido feitas reféns. São seis mulheres surpreendidas por terroristas quando iam cavar tubérculos nas matas de Nambedo, sensivelmente seis quilómetros de Ntamba.
Governador adia visita
Por outro lado, o mediaFAX soube que o governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, tinha agendado uma visita de trabalho a Nangade. A visita deveria acontecer ao longo desta semana. Entretanto, com o ataque a Litingina, a visita terá já sido cancelada para aguardar por melhor momento.
“Essa é a quinta vez a interromper visita a esse distrito desamparado e que está desde Novembro sem administrador, porque após a transferência do administrador que trabalhava em Nangade, em Novembro de 2021, o distrito nunca teve ocupação da vaga” – explicou uma fonte que reside em Nangade, anotando que “o distrito apenas está sob comando do Secretário Permanente, José Njaz”.
MEDIA FAX – 22.08.2022
Foi em defesa dos mortos que o meu pai, então ENCARREGADO DO DISTRITO DE MOATIZE, entre 1976-1977, (ainda não havia nessa altura sido indigitado um administrador para o DISTRITO DE MOATIZE... cargo que foi ocupado, mais tarde, por uma SNASP de nome T... não cito aqui), que o quiseram fuzilar por duas vezes. Venceu a razão. É verdade que o Hama Thai teve um papel decisivo para evitar a morte de meu pai (agradeço-o) como evitou que o número de vítimas aumentasse. Só não digo mais nada, publicamente, por ser uma matéria de um livro que futuramente hei-de mandar publicar. Portanto, a reportagem do Expresso é boa mas incompleta.
Zicomo"