Ao aceitar o inesperado, mas gentil e agradável convite para partilhar o meu testemunho sobre a cidade onde nasci, vi-me forçado a decidir primeiro sobre dois aspetos. Posicionar-me entre sentimentos muitas vezes misturados e confundidos: nostalgia e melancolia.
Discordando daqueles que ojerizam a nostalgia, entendida como querer voltar para um lugar que nunca existiu, a isto chamo melancolia – saudade mal-humorada, ressentimento ou profunda tristeza pelo que não vivi.
Ao ler os textos da primeira edição do livro Quelimane, uma história cheia de estórias, senti-me aliviado em relação aos dois sentimentos que acima refiro. A generalidade dos testemunhos exprime uma nostalgia saudável, desinibida, sem melancolia e, nos casos em que esta se manifesta, mínima. É fantástico, porque não senti que a exaltação de bons momentos e experiências agradáveis visasse escamotear e desvalorizar os maus momentos vivenciados pelos quelimanenses, em diversas circunstâncias, por vezes trágicas, nos 79 anos de existência da sua cidade. Também é animador se a recente restauração da igreja de Nossa Senhora do Livramento, mais conhecida por Catedral Velha, servir de estímulo para renovar a esperança de Quelimane e a província da Zambézia resgatar o enorme passado empreendedor e inovador que tem pela frente.
Leia aqui Download QuelimaneNostalgiasemMelancolia_AFrancisco
NOTA: MPT aproveita o ensejo de enviar a todos os quelimanenses votos de prosperidades pessoais e colectivas.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE