Se fosse possível colar umas às outras a ilha da Madeira, a de Porto Santo e as nove do arquipélago dos Açores, obter-se-ia uma extensão equivalente à do parque nacional da Gorongosa: 3200 quilómetros quadrados. E, no entanto, o único lugar aqui habitado pelo homem, o acampamento fixo do Chitengo, ocupa uma área ainda mais pequena do que a mais pequena ilha
portuguesa do Atlântico — o Corvo: dentro de uma cerca de arame farpado, que os elefantes já têm derrubado em madrugadas de mau humor, são meia dúzia de bungalós e rondáveis onde os turistas podem passar uma ou duas noites, os pavilhões do restaurante e do bar, o da recepção, a casa do director da reserva e as instalações do pessoal, tudo isto disposto ao redor de uma vasta praça circular que tem no centro uma piscina.
Numa esplanada, entre o pavilhão do bar e o do restaurante, mesas sob guarda-sóis de cores vivas, por entre as quais circulam criados de uniforme branco, podem talvez fazer-nos crer que afinal não nos achamos em plena África primitiva, longe daquilo que temos por civilização, O restaurante, onde o serviço é impecável, está agradavelmente decorado com motivos de caça. E se, muito folclòricamente, é um tambor indígena que chama os hóspedes para o almoço e para o jantar, no mobiliário dos rondáveis e bungalós a sobriedade não exclui o conforto.
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NOTA: Foto do meu arquivo pessoal.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE