A empresa australiana Syrah Resources anunciou hoje, 14 de Novembro, o regresso à mina de Balama, em Cabo Delgado, evacuada na sexta-feira devido à proximidade de ataques armados.
Depois de contactos com as autoridades, a empresa decidiu “iniciar hoje o regresso da força de trabalho para o local e reiniciar as operações em Balama”, de acordo com um comunicado divulgado junto na bolsa de valores australiana.
A evacuação da mina na sexta-feira foi feita na sequência de alertas sobre insegurança em Namuno, a 50 quilómetros. Outras empresas mineiras de grafite e rubis já foram alvo de ataques, desde Junho, nos quais morreram pelo menos duas pessoas. Os ataques obrigaram a evacuar os locais de operação, devido ao alastrar dos rebeldes armados para o sul da província.
Tropas do Ruanda e de países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ajudaram as forças moçambicanas a retomar o controlo da zona dos projectos de gás, fazendo com que os rebeldes passassem a atacar em novos locais.
A insurgência dura desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
No caso da Syrah Resources, as operações têm sofrido um ano conturbado. Em Junho, a cadeia logística já tinha sido suspensa temporariamente devido a ataques perpetrados perto da estrada por onde é escoada a grafite.
Em Setembro, nova paragem foi provocada por causa de uma greve.
A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em Dezembro, quando a Syrah Resources anunciou um acordo com a multinacional de veículos eléctricos Tesla, que pretende usar grafite da mina, apresentada como uma das maiores reservas de minério no mundo.