RESUMO DA SITUAÇÃO
Para além dos ataques nos distritos de Nangade e Meluco na semana passada, os insurgentes demonstraram que a sua incursão em Namuno a 29 de Outubro não foi um ataque isolado. Os insurgentes entraram mais profundamente no distrito e, a 5 de Novembro, sobressaíram na aldeia de Pararene, a menos de 20 km ao sul da vila de Namuno, a capital do distrito. Pelo menos duas pessoas foram mortas, bens saqueados e edifícios queimados. Os satélites da NASA detectaram uma anomalia térmica, indicando incêndio, diretamente sobre Pararene a 5 de Novembro.
Após o ataque no final de Outubro no distrito de Namuno – o primeiro em cinco anos de conflito –, o Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, visitou o distrito para assegurar à população que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) estão a perseguir os insurgentes e exortou a população a denunciar quaisquer movimentos estranhos ou pessoas não identificadas. Isso traz pouco conforto para aqueles que já fugiram. A administradora do distrito, Maria Felisbela Lázaro, anunciou que 10.390 pessoas foram deslocadas pelo ataque de 29 de Outubro, que incluiu 1.785 homens, 2.263 mulheres e 6.342 crianças.
Os ataques de Namuno também aumentaram a pressão a sul de Cabo Delgado. A Agência Lusa informou que o administrador do distrito de Mecuburi na província de Nampula disse que o distrito recebeu cerca de 9 mil pessoas “do distrito de Namuno”. Como o primeiro ataque em Namuno foi no mês passado, isso provavelmente inclui pessoas deslocadas do distrito vizinho de Chiúre. De acordo com o administrador distrital Orlando Muivane, a "situação é calma" e as autoridades estão a trabalhar para fornecer assistência humanitária às famílias deslocadas.
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