“É cansativo e estressante, por todo lado tem paragens” , disse um motorista pouco depois de imobilizar a viatura quando um agente da Polícia de Trânsito (PT) o mandou parar.
O motorista que fazia a trajectória Cidade de Pemba à vila de Macomia, no último domingo. Ele descreveu que para o destino precisa de parar em pelo menos, seis postos de controlo da polícia, num troço de cerca de 200 quilómetros.
Ao parar, segundo explicou à nossa reportagem o mesmo deve ir atrás do agente, saudar e estender a mão, dando qualquer coisa. Não tem meta, 100, 200, ou mesmo, 50 meticais, enquanto o seu ajudante dá apenas 20 meticais ao agente da PP, para não vasculhar ou mesmo pedir identificação aos que viajam.
“Eu não consegui quase nada quando ia, cada paragem deixei dinheiro, mas nesta vez não, terão que me deixar passar, manifestou um cobrador de um mini-base, que fazia trajectória Ancuabe – cidade de Pemba.
Este cobrador disse que tem sido assim todos os dias, dar e dar dinheiro aos agentes da PRM na estrada, por um lado para escapar às multas, mas por outro, porque estão acostumados a parar para receber dinheiro.
Da cidade de Pemba à vila de Ancuabe, são pelos menos quatro postos de controlo de trânsito, numa distância de cerca de 150 quilómetros.
Esta é a realidade nas estradas em Cabo Delgado, enquanto no sul do país, são as famosas portagens. (Mussa Yussuf, em Cabo Delgado)