Introduzir um livro é sempre grande responsabilidade, e se aceito fazê-lo é pelo respeito e admiração que tenho pelo Pe. José Luzia e pela reverência que eu, e toda a Igreja moçambicana, devemos devotar à figura ímpar de Dom Manuel Vieira Pinto, o grande homenageado. Ao mesmo tempo, foi uma excelente oportunidade, ao ler esta obra, de conhecê-lo mais de perto.
O Pe. Zé Luzia, como comumente lhe chamamos, é daquelas figuras emblemáticas que sempre fazem bem à Igreja. Ele não vive preocupado em agradar a ninguém, aliás, às vezes, desagrada. Porquê? Porque é frontal, não manda recados, é sincero, transparente. Acontece até ser um pouco ácido nas suas críticas. Mas é um homem de Igreja, que ama a Igreja. Português de nascimento, moçambicano de coração. Entrou para o Seminário na sua terra natal, durante o Concílio Vaticano II, mas foi em Nampula, Moçambique, seu estágio e sua ordenação presbiteral, na Páscoa de 1975.
Com quem fez estágio? Quem o ordenou? Com quem aprendeu tantas coisas que vivenciou e vivência até hoje? Com quem colaborou durante mais de três décadas? Claro, com Dom Vieira Pinto, agora arcebispo emérito de Nampula, razão desta obra.
Este grande bispo missionário, Dom Vieira Pinto, vivia as teses do Concílio mesmo antes dele acontecer. Ele, como tantos outros, foram artífices de movimentos de renovação que procuravam o seu espaço eclesial (bíblico, litúrgico, laical, teológico, ecuménico, pastoral, catequético, presbiteral...), mas não encontravam. Na verdade, estes movimentos, canalizando os seus sonhos e anseios de mudança, encontraram na figura de um Papa, João XXIII, um ouvido atento aos seus clamores. O Concílio foi o culminar de uma «santa rebeldia», de uma vontade enorme de mudanças, de um novo respiro para a Igreja, de uma nova possibilidade de diálogo com o mundo. Dom Manuel participava - e coordenava em Portugal -, havia muitos anos, no «Movimento por um Mundo Melhor».
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