RESUMO
A pressão sobre as florestais tem vindo a aumentar nas últimas décadas, comprometendo integridade humana e dos ecossistemas. Entretanto, existem poucos estudos relacionados com Moçambique, e com a província do Niassa, em particular. O presente estudo avalia os agentes do desmatamento e degradação florestal e suas consequências no esforço empreendido pelos chefes das famílias na extracção de alguns serviços de aprovisionamento. Para tal, conduzimos grupos focais com agentes privilegiados, incluindo as estruturas tradicionais, membros dos comités de gestão, comités consultivos, líderes religiosos, e outros, em nove comunidades de três distritos (Chimbonila, Lichinga e Sanga), da província do Niassa. O centeúdo dos grupos focais, incluia o conhecimento sobre nível de contribuição de algumas actividades para redução das florestas e como a redução das florestas, teria afectado na variação do esforço para o chefe de família encontrar uma fonte com algum serviço de aprovisionamento suficiente para extracção entre 2010 e 2020. Os principais agentes do desmatamento e degradação florestal declarados em todas as conversas foram: a agricultura familiar, o aumento da população, a expansão de zonas habitacionais, a exploração de combustíveis lenhosos e os incêndios florestais. Devido a redução da área florestal, o esforço empreendido na recolha de carne de caça, da madeira, mel, bambu e a lenha, aumentou em média 10 vezes mais em quase todos os povoados. Para conter a redução das florestas e o esforço alocado na extracção de serviços de aprovisionamento, sugerimos o estabelecimento de plantações energéticas comunitárias, facilidade de acesso aos insumos de produção agrícola, bem como incentivo no uso de fontes alternativas de energia e alternativas de eficiência energética.