Por José da Onça*
Dom Egídio, ministro do Governo da FRELIMO com o seu domicílio no FB, está numa campanha fogosa e aberta, em prol de um terceiro mandato de Nyusi. Dom Egídio, vem lançando apelos à renovação do mandato de quem nos últimos dez anos tornou a população mais empobrecida, nada fez, depois de chegar fraudulentamente ao poder, também, com uma mancha, que o coloca entre os corruptos que levaram aos bolsos, os fundos que endividaram historicamente do país. Dom Egídio está do lado oposto de uma esforçada campanha para lavar a pátria da podridão, para lavar a imagem dos que a tornaram podre e cheirosa.
Em tom ufano, orgulhoso e vaidoso, Dom Egídio tem sublinhado a importância de estender-se o mandato de quem o nomeou ministro de informação do Governo, com domicílio no FB, agindo inexoravelmente a favor de quem lhe paga um chorudo salário de membro do Executivo. Este pastor de ovelhas ranhosas, inconcebivelmente, tem se mostrado favorável à defesa da tiranía. Com um entusiasmo de bradar aos céus, endossa o apoio à fraude, à violência, próprios de quem deseja ter asas a todo custo. Estranho precisamente, que na sua derradeira fase da juventude, pensa como um agente de Estaline, de Ceausescu, tentando inocular os princípios nobres da cidadania, nos jovens, com o seu nacionalismo doentio, retrógrado e deformado. Para esse Dom Egídio, antigo paladino da ditadura, a democracia é uma bola que se pode meter ao bolso, quando o período regulamentar do jogo termina. Para esse novo recruta da escola ideológica do partido, o que conta são os meios para alcançarem-se os fins. E o fim funda-se na justificação de manter, a todo o custo, esta já desgastada e cinquentenária oligarquia, enriquecida graças à pobreza do povo, nem que se sacrifique de novo a maioria, nem que se lhe faça ouvidos moucos, nem que se aterrorize os melhores filhos da terra, aos melhores preparados do que ele, aos mais aptos e capazes de pensarem por si próprios com responsabilidade pelos demais, que mantém uma atitude incorrompível, que não se vergam ao oportunismo de esquerda, como o seu caso. Referimo-nos àqueles que, mesmo com a barriga vazia, são contrários a qualquer manobra em prol de um alegado Terceiro Mandado, como o defendido por Dom Egídio, nas suas homilias.
Este RENAMISTA converso―, o Dom Egídio, é o exemplo de como um cidadão íntegro pode virar a casaca da noite para o dia, sendo, nestes termos, um elemento para estudo de caso, porque, admitindo que seja natural mudar-se de um partido a outro, é espantoso e curioso como ele saltou de um extremismo a outro―, de mais RENAMISTA que a RENAMO, para mais FRELIMISTA que a FRELIMO. Coisa que não lembra o arco da velha, saltou de um pensamento democrático para autoritário.
Entre 1994 e 2003 Moçambique tinha um nível exemplar (aparente) de democracia, mas não se lhe passou pela cabeça, trinta anos depois, a intensão de perpetrar semelhantes grosserias, de mudar uma das constituições mais desenvolvidas de África, para instalar um modelo monárquico e caudilhista. Todavia, Moçambique está na iminência de ser transformado num cenário da mais despótica imposição que se possa imaginar.
Quando um grupo de uma dezena ou dois desprestigiados políticos podem ignorar e abusar dos desejos e vontades de todo um povo, já atingimos o cúmulo, o extremo do inadmissível. Este punhado de indivíduos irmanados a Dom Egídio está-se a preparar para descartar a soberania do povo, na mesma proporção que ela foi arrancada com os eleitores fantasmas de Gaza ―, uma província quase desabitada, que detém, sarcasticamente, um número recorde e assombroso de eleitores inscritos, com base numa inscrição fantasiosa, sem precedente, de vivos, mortos, ressuscitados e nascituros, esquematicamente, programados para a perpetuação desta oligarquia.
A grandiosa constituição moçambicana está prestes a ser assaltada por uma elite que, depois de ter assaltado bancos (BPD, BANCO AUSTRAL e BCM), empresas estatizadas e públicas (MCEL, TDM, EDM), Tesouro Público, INSS, limitada no horizonte do património a devorar, prepara-se para lançar-se agora e, imperturbavelmente, em novas manobras para roubar, prepara-se para golpear a Constituição da República, para continuar a roubar ao povo.
O povo está na iminência de perder os seus direitos mais fundamentais, com essa manobra despótica, de um sápatra.
Está na forja mais um acto terrorista. Esta é a situação da actualidade moçambicana. Toda a gente tem medo. Medo de Nyusi e os seus aduladores mais sagazes e aguerridos, com Dom Egídio, à cabeça. Hoje, em surdina ou meia voz, não se fala de outra coisa senão com que passos subsequentes ousará Nyusi infringir o misericordioso golpe ao hino nacional, que testifica que «nenhum tirano nos escravizará». Nyusi, aquele que se nos apresentou, ilusoriamente, como empregado do povo, está-se a preparar, historicamente, para esticar a corda, para obter mais pasto, mais capim, para se transformar no cabrito abusador do povo.
A questão é que se está perante uma velha guarda a manter o domínio com a mão de ferro. E se os direitos fundamentais do povo estão na iminência de serem ameaçados não há remédio que o povo dê ao Nyusi e aos seus acólitos o revés, que de uma vez para todas o leve a abandonar as suas pretensões ambiciosas, irracionais e capitalistas.
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