ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
O principal problema da educação moçambicana não é ideologia dos professores é, a falta de carteiras, é a falta de livros, é a falta de lanche para as crianças, é a falta de preparação dos professores, é a falta de giz na sala de aula, muitos alunos têm dificuldades de chegar a uma escola, são 'crianças desmotivados’; não tem a ver com a questão central ideológica.
O principal problema da saúde moçambicana não são os médicos moçambicanos, e o principal problema da educação moçambicana não é ideologia.
Primeiro, parar de 'roubar' livros e lanche das crianças, segundo passar fazer escolas decentes com água, luz e papel higiénico nos banheiros, terceiro começar a pagar bons salários aos professores e funcionários de educação e, lá depois se discutir um problema que é menor no quadro total: ninguém é neutro. Mas, esse não é o problema central da escola moçambicana, basta ser professor para saber isso, se você dá aulas você sabe que este não é o problema da educação moçambicana.
Reforçando isso, claro que é um tema muito delicado, ali já apareceram professores como eu, escrevendo num quadro com 'pó de calcário', ou seja, algo do século [XIX], então imagine se o professor estiver escrevendo a história de luta de resistência no quadro ou declaração da independência nacional, os dois estão totalmente 'desfasados' com tecnologia como proposta diante do mundo e como preparação desses alunos. Essa não é a questão, a escola moçambicana está perdendo a 'vanguarda' e perdendo seu 'papel' importante hoje, está lidando muito mais pelo mercado e pela realidade social, do que, pela escola que está na 'retaguarda' dessa transformação.
Por isso, a sociedade moçambicana tem que se 'mobilizar', precisamos entender a importância da educação e exigir do Governo o direccionamento de recursos financeiros para as escolas e exigir a implantação de medidas políticas educacionais a longo prazo.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, [20] de Novembro 20[22]