Ruanda enviou recentemente tropas adicionais para a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde instituições de segurança ruandesas e moçambicanas têm lutado contra terroristas desde julho de 2021, disse o presidente Paul Kagame.
A pedido do governo moçambicano, Ruanda inicialmente enviou 1.000 militares e policiais para Cabo Delgado, onde insurgentes ligados ao Estado Islâmico causaram estragos desde 2017.
Falando na quarta-feira, 30 de novembro, na cerimónia de tomada de posse dos ministros recém-nomeados, Kagame disse que as tropas ruandesas em Cabo Delgado chegaram a mais de 2.500.
Kagame disse que outro contingente chegou a Moçambique no início desta semana.
Ele disse que a operação inicial foi um sucesso e agora Ruanda e Moçambique concordaram em perseguir os terroristas para onde eles se mudaram desde então.
Até às operações conjuntas Ruanda-Moçambicana, Cabo Delgado, uma região costeira com reservas de gás natural, tinha sido perturbada por ataques terroristas, que mataram mais de 4.000 civis e deslocaram dezenas de milhares.
"Aumentamos as tropas porque desde a nossa chegada a Moçambique muitos problemas foram resolvidos, em colaboração com a moçambicana. Nas áreas em que operamos, o problema foi resolvido completamente. Mas como os terroristas fugiram para outras áreas de Moçambique, não conseguimos chegar em todas as regiões", disse.
Kagame acrescentou que, "aparentemente, os terroristas fugiram para outras áreas, além do escopo de nossas operações. Acordámos com o Governo moçambicano em perseguir os terroristas onde eles estão agora. É isso que vamos fazer."
Ruanda paga a conta
O Presidente Kagame disse que todas as operações das tropas ruandesas em Cabo Delgado foram inteiramente patrocinadas pelo orçamento do Ruanda.
"Para deixar claro, temos aumentado as tropas desde a nossa chegada. Não há um único país ou organização que nos tenha dado sequer uma única moeda para usar nessas operações. É o dinheiro do nosso país que usamos", disse.
"Com os poucos recursos que temos, compartilhamos com os outros. Algumas pessoas disseram que nos apoiarão; estamos à espera. Se eles nos ajudarem, nós apreciaremos. Deveria ter acontecido ontem, mas nunca é tarde demais para ajudar.
Eu queria esclarecer isso porque algumas pessoas pensam que alguém pode ter nos enviado dinheiro secretamente ou o quê. Contribuímos com os poucos meios que temos e sacrificámos a vida dos nossos filhos e a dos moçambicanos", disse o Presidente Kagame.