EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (124)
Eis a minha derradeira carta do ano. E vou ser parco em palavras.
Um balanço justo e verdadeiro, e esse só pode ser negativo quanto à Presidência de Filipe Nyusi este ano (só pra não divagar), porque de todos os pontos de vista da democracia, da saúde, da economia foi um desastre para Moçambique.
Tornou-se uma realidade, que só não decepciona quem nasceu bronco ou foi embrutecido pela vida. Não há uma única e escassa área de Governo em que o Presidente tenha sido bem-sucedido.
Cabo Delgado continua a arder. A paz, que deveria ser seu cavalo de batalha, continua podre, frágil. A desmobilização do braço armado da Renamo é o que é. A TSU criou mais problemas do que soluções. Se o País todo não entrou em greve, foi porque este Moçambique está cheio de habitantes.
Imagina, senhor Presidente, se estivesse a governar um País cheio de cidadãos… Este é um Governo que está a arrastar o País para a miséria, mas este é também ele próprio uma miséria de Governo.
Um Governo em que os ministros se afundam em trapalhadas e em enxovalhos. É um Governo que não pode sair à rua porque os seus membros são tratados pelos moçambicanos como se de vulgares gatunos se tratasse.
E vamos ser honestos: se o Presidente continua agarrado ao poder, é porque é caro sustentar os luxos da família e a turma de parasitas que consigo se aboletou no poder.
E é de uma enorme falta de respeito para com os moçambicanos o que o Presidente da República disse há dias à Assembleia da República: “A situação geral da Nação é de estabilização e de renovado optimismo”.
Quer dizer, diz isso depois de informa à Nação que este ano não haverá décimo terceiro salário?! Isto é o mais brutal assalto ao bolso dos moçambicanos. A política do Governo não é de austeridade é de terrorismo social e é ilegítima porque é uma política de traição nacional. Na passagem de ano muitos membros deste Governo, o Presidente inclusivamente, estarão a comer filé mignon e a beber o que há de melhor em termos de bebidas alcoólicas.
E o povo? Bom: o que está em causa hoje é muito claro, é a demissão deste Governo. É o único caminho para evitar a tragédia social para onde estão a arrastar o País a grande velocidade. E por isso só há um caminho que é a demissão deste Governo. Não é o Laurindos que o diz, é o País que o exige, todos os dias. E pode não ser hoje, mas o Governo vai sair e não é pela porta da frente, mas, sim, pela porta das traseiras que é a única porta por onde os moçambicanos o deixarão sair à rua.
DN – 30.12.2022